Artigo publicado n’ O Jornal de Hoje (Natal/RN)

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O fascismo corporativista venceu o socialismo…

MIRANDA SÁ, jornalista, e-mail: mirandasa@uol.com.br

Quanto o PT foi fundado, estampava-se nas primeiras páginas dos jornais uma postura diferente dentre os partidos nacionais. Com os chamados partidos de esquerda, principalmente com os comunistas e os trabalhistas, concorria combatendo as mazelas do peleguismo e propondo o fim do imposto sindical.

Isso atraiu muita gente, vendo com bons olhos a libertação das organizações populares e sindicais do despotismo governamental, sempre ligado a proveitos eleitoreiros. Os petistas seguiam assim o ensinamento do respeitado líder italiano Palmiro Togliatti, que escreveu sobre o fascismo.

Disse Togliatti que “os sindicatos fascistas se beneficiam de verbas públicas”. E isto era uma forma de domínio sobre as representações trabalhistas, controlando-as e disciplinando-as de acordo com interesses estranhos aos dos trabalhadores.

Foi inspirado nesse quadro de exercício de poder sobre a sociedade civil que Getúlio Vargas criou a Consolidação das Leis Trabalhistas e o famigerado Imposto Sindical.

A luta pela emancipação do sindicalismo durou até a tomada do poder pelo PT, através de um estelionato eleitoral e o seu líder carismático – o fascismo sempre se apóia em líderes carismáticos.

Daí em diante, manteve-se o Imposto Sindical e ampliaram-se as distribuições de verbas para os chamados movimentos sociais, CUT, UNE, MST e outras entidades, inclusive ONGs criadas especialmente para servir de braços políticos do poder.

O interessante é que as organizações beneficiadas participam política e eleitoralmente da vida nacional, embora a legislação vigente proíba a participação de entidades que recebam dinheiro público de campanhas político-partidárias e eleitorais.

No caso dos sindicatos, representados por “centrais” sindicais – cúpulas sem base – para quem se lembra, reuniram-se e apresentaram apoio a candidata governista à Presidência da República.

Foi o exemplo típico do renascimento do peleguismo nascido do Estado Novo que se fortalecera e convivia politicamente entre os poderes republicanos na Era Lula; graças a polpudas verbas governamentais consolidou-se na campanha de Dilma Rousseff, agora ocupante da cadeira presidencial.

Neste quadro, vemos um fenômeno que o cientista político Rubens Figueiredo classifica como um raro exemplo atual de país capitalista onde o sindicalismo está a favor do Estado. Só ocorrera nos meados do século passado nos países totalitários da Europa, Alemanha, Espanha, Grécia, Hungria, Itália e Portugal.

A convivência do capital e do trabalho (a utópica ‘paz social’) no regime capitalista só é possível com os trabalhadores controlados pelo governo. A maneira aperfeiçoada de peleguismo do lulo-petismo foi implantada pela atração e compra das lideranças formadas em lutas anteriores, com fraudulenta afirmação libertária.

Com o fim do regime militar – na chamada redemocratização conduzida pelo governo Sarney – ocorreu essa ressurreição dos movimentos populares e sindicais, que representaram um importante papel na resistência à ditadura e no processo de re-organização partidária. 

O processo de cooptação veio (como na redemocratização lenta e gradualmente. Acabou-se com a unicidade do movimento e a multiplicação das “centrais” sindicais, que passaram a receber grandes quantias de dinheiro, estendido às organizações auxiliares, UNE e o MST.

É dessa maneira que desapareceu o sindicato livre, brigão, defensor de causas consideradas às vezes impossíveis. Em lugar da chamada “lutas de classes”, surgiu um arremedo daquela República Sindicalista que os inimigos do presidente João Goulart inventaram para atrair empresários e militares para o golpe de estado.

A virtual “República sindicalista” dos anos sessenta do século passado tinha por base a ideologia marxista; a criação do lulo-petismo é um emaranhado de esquemas vulgares, ambiciosos e grupismo, emparceirados para ocupar postos chaves da administração pública, onde melhor praticar deslavada corrupção.

Não há exemplo maior do que o mapa dos fundos de pensão, as instituições econômicas com maior liquidez no Brasil, e as diretorias de empresas estatais, cujas facilidades para ganhar propinas é incomensurável. Como se vê, é onde se movimenta volume expressivo de dinheiro público.

É assim que vivemos uma grande contradição: do atrelamento do sindicalismo ao Estado, passou-se ao atrelamento do governo pelo corporativismo fascista. Isto, em minha opinião, é mais condenável do que a “República Sindicalista” ideológica dos tempos de Jango. O fascismo venceu o socialismo.

2 respostas para Artigo publicado n’ O Jornal de Hoje (Natal/RN)

  1. […] O fascismo corporativista venceu o socialismo… MIRANDA SÁ, jornalista, e-mail: mirandasa@uol.com.br Quanto o PT foi fundado, estampava-se nas primeiras páginas dos jornais uma postura diferente dentre os partidos nacionais. Com os chamados partidos de esquerda, principalmente com os comunistas e os trabalhistas, concorria combatendo as mazelas do peleguismo e propondo o fim do imposto sindical. Isso atraiu muita gente, vendo com bons olhos a li … Read More […]

  2. É Lamentável a dor…
    Desabafo de um Pai.
    Tendo acompanhado todos os relatos (denúncias) feitas ao Padre José Irineu da cidade de Ipanguaçu, nestes últimos dias. Lembro-me das atitudes incoerentes feitas por aqueles que estão no PODER ECLESIÁSTICO ou no PODER CIVIL. Como é bom PODER e não SER.
    É Padre Irineu, o Sr. faz parte daqueles que são classificados com os “Ps” da vida:
    POBRE;
    PRETO;
    PROSTITUTA (o), que só no Brasil existem cadeias e justiça para vocês.
    Aproveitando as palavras de uma “PESSOA” não identificada em seu comentário sobre sua vida. Quero também dizer que sou Pai de um Ex-seminarista do Seminário de São Pedro da Arquidiocese de Natal – RN. É impressionante como as pessoas têm o poder de destruir outras pessoas através da LÍNGUA. São uns verdadeiros animais que matam os outros “seres” para sobreviverem. Por exemplo: O Sr. deve lembrar das atitudes do Padre Antônio Gomes, o Sr. Arcebispo Dom Matias e os demais formadores do Seminário de São Pedro no mês de outubro do ano passado. Foram 23 expulsões (destruições) vocações alegadas pela formação que todos os jovens eram “IMATUROS” para exercer a função de Padre. E aí?
    Como Pai, só soube que meu filho não era IMATURO, e sim tinha sido “classificado” GAY, HOMOSSEXUAL, depois de Cinco meses que os seminaristas tinham sido expulsos do Seminário. Que falta de respeito, caráter moral por parte das autoridades eclesiásticas, que demonstram ser tão honestos e fiéis a palavra de Deus.
    Mais como nós pais não tivemos a coragem dessa “MÃE” ante cristã de denunciar as injustiças e falta de caráter por parte de tal Padre e tal bispo e fazer um Boletim de Ocorrência sobre o Abuso de Poder e Abuso de Autoridade, ficamos esperando a Justiça Divina, que eles possam também pagar pelos erros cometidos com esses jovens e seus familiares. Aguardemos!!!
    Eu, esperava que o Padre José Irineu como um dos Protegidos do Sr. Arcebispo Dom Matias e “PUPILO” do Sr. Padre Aerton Sales fosse julgado pela sua inocência por ser Autoridade Eclesiástica. Porque os seminaristas não viviam a Graça, viviam a Desgraça. Por isso, foram julgados e condenados por um Padre HOMOFÓBICO como disse uma “PESSOA” em um dos jornais publicados.
    Na nota da Arquidiocese o Sr. Padre Aerton diz que mesmo consciente da gravidade do fato, e do enorme sofrimento causado a “Todos”, recorda também o dever que temos de acolher na CARIDADE os que ERRAM: Onde o mesmo cita (Ez 33,11). O Sr. Padre Aerton, hoje representado o Sr. Arcebispo Dom Matias fala da CARIDADE para aqueles que ERRAM. É admirável! Ou não? Falar de caridade para vocês que expulsaram 23 seminaristas do Seminário de São Pedro e nem lembraram da DESGRAÇA que os “SENHORES PADRES” causaram a tais seminaristas, o povo de Deus e suas famílias, e não deram nenhuma explicação para ninguém? Acredito que já esqueceram…
    O Monsenhor Jonas Abb diz que a Igreja Católica deveria ser bem melhor se funcionasse como um hospital, acolhendo a todos. Será que ela acolhe, ou despreza? Sua atitude Padre Aerton deve ter sido louvável para alguns, antes do Padre Irineu ser absolvido dos seus pecados pelas autoridades civis a Igreja já o condenou dizendo que já fez as devidas comunicações a Congregação para a Doutrina da Fé.
    Tendo lido o Livro do Padre Marcelo Rossi, Ele cita o exemplo da galinha depenada. Quando falamos MAL de alguém é difícil juntar as penas…
    O boato é assim. A fofoca é devastadora. Antes de proferir uma palavra, nós somos os seus senhores. Depois que elas saem, somos os seus servos. Assim, fica a vida do Padre Irineu e dos 23 seminaristas (famílias) que foram destruídas pelo “POVO” e muitas vezes pelo próprio CLERO quem sabe até pelos bispos que muitas vezes aproveitam essas fraquezas humanas para se promoverem e dizerem que IN PERSONA CHISTI, vive cada dia a pessoa de CRISTO. Fiz o certo.
    Cuidado queridos pastores para os senhores não caiam na tentação e irem para o PARAÍSO do NOSSO IRMÃO OSAMA BIN LADEN.

    Rio de Janeiro, 07 de maio de 2011.