Artigo para o fim de semana
Economia malsucedida penaliza servidores públicos
MIRANDA SÁ ( E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Não sem tempo, apagou-se o sorriso alvar do pelego Guido Mantega, que ocupa o Ministério da Fazenda. Após ensaios e experiências malsucedidas, ele reconhece que Lula da Silva foi inconseqüente ao considerar a crise mundial uma ‘marolinha’; e, embora tardiamente, descobriu que com os impactos da crise, o País pouco crescerá este ano.
Por estreiteza de conhecimentos e nenhuma formação teórica, Mantega não enxergou o Exterior. Foi incapaz (talvez pelo antiamericanismo lulo-petista) de acompanhar a estagnação dos EUA, com apenas 2% de crescimento projetado para 2012.
Também não é preciso gastar papel e tinta para analisar a caótica conjuntura européia, só registrar que, somando-se à situação norte-americana, foi a UE que promoveu a queda do PIB global neste segundo trimestre.
Pelas projeções do FMI, o crescimento da economia global será bem menor dos previstos 3,5% para abril; e até a imaginária solidez da China, a maior parceira comercial do Brasil, desvaneceu-se, obrigando a potência asiática a promover as necessárias ações de estímulo.
Como país ‘emergente’ a China economizando, atua diferentemente daqui, onde o PT-governo impõe uma política consumista irresponsável, provocando o endividamento popular. Partido dos ‘trabalhadores’, faz os trabalhadores pagarem indiretamente pela crise.
Lá se vão 18 meses que Dilma Rousseff foi investida na Presidência da República e ainda não assumiu (por ignorância ou inabilidade) o poder de traçar o rumo do crescimento econômico que a Nação almeja.
Dilma sequer consegue pressentir que o seu ministro Mantega é incapaz. Tudo o que ele tem feito até agora, mesmo os resultados positivos, são ganhos simplesmente medíocres. Falta à Presidente uma equipe econômica competente e audaciosa como a que teve o presidente Itamar quando lançou o Plano Real.
Tivesse ao seu lado economistas hábeis, aproveitaria o inegável acerto da queda de juros, e debelaria o chamado ‘custo Brasil’, reduzindo o emaranhado de tributos que oneram o empresariado.
Ao mesmo tempo, seguiria o exemplo ‘socialista’ do presidente francês François Hollande, que aumentou o salário mínimo. Se adotou o caminho do consumo (uma das teses anti-crise), porque não estimular com remunerações justas o mundo do trabalho? Na França, as grandes fortunas e os banqueiros é que entram com uma parcela da concentração da riqueza para combater a crise. Aqui, infelizmente, o PT-governo se desvia da linha justa traçada pelos socialistas franceses.
Vê-se o maior exemplo na negação estúpida do reajuste aos servidores públicos, que injetaria na economia recursos para o consumo, sem endividamento. Aí registramos uma grande contradição, que chega à tragicomédia: O lulo-petismo que chegou ao poder com ajuda do funcionalismo federal converte-se em seu algoz, reprimindo suas greves legítimas.
Além de tiranizar o direito de greve de 26 categorias de servidores, corta retroativamente o ponto dos 350 mil grevistas. E divide mais uma vez a Nação, provocando um descontentamento geral na administração pública.
Não bastassem as preocupantes paralisações da Polícia Federal, Receita Federal (por conta das fronteiras), ANVISA (pela importação de medicamentos), e do Judiciário (às vésperas de uma eleição), estimula a entrada no movimento de outros setores fundamentais do governo.
Por tudo isto, somos obrigados a também repudiar, além de Mantega, os defensores públicos do arrocho salarial do funcionalismo, Gilberto Carvalho e Ideli Salvatti, traidores da causa dos trabalhadores.
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