Artigo
Pecedobistas deveriam ter lido “As Lições de Outubro”
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Como estamos tratando de ocorrências no Ministério do Esporte, é bom assegurarmos, antes de mais nada, a Medalha de Ouro para a presidente Dilma Rousseff, campeã mundial do mergulho de ministrosem banho-maria. Opecedobista Orlando Silva é o quinto deles a tibungar na panela da Presidente, a quem Ana Maria Braga chama de “emérita cozinheira”.
O Brasil assiste meio impaciente um corpo ministerial estendido no chão, sangrando sem que ninguém possa secar a hemorragia; nem mesmo os militantes do seu partido cumprindo a tarefa de cercá-lo e ajudá-lo para garantir a excepcional fonte de renda que o “seu” Ministério proporciona-lhes.
Orlando Silva vai morrer assim, esvaindo-se até quando assumir sua falência e se demitir, porque Dilma, por experiência pretérita, não assina demissões mesmo com manifestada certeza de merecimento. Não demitiu ninguém, ou por uma questão de princípio ou por medo de cometer uma injustiça…
Do outro lado, vemos que o que existe se deve a uma série de fatores negativos do partido e dos seus quadros, autodenominados “comunistas do Brasil”. Dissiparam a herança ideológica do movimento comunista; acomodaram-se com os farelos do banquete populista do lulo-peleguismo; e, não estudaram os clássicos do marxismo-leninismo como deveriam ter feito.
Após o massacre político que o XX Congresso do PCUS infligiu a Stálin, o PC do B adotou Enver Hoxha como teórico, mas a militância não leu ou esqueceu o seu contundente ataque ao revisionismo; como stalinistas, desprezaram a leitura de Leon Trotsky, perdendo uma grande oportunidade de aprender como deve se comportar um comunista.
Trotsky tem um livro, “As Lições de Outubro”, que é quase um diário da vivência política anterior à insurreição que conquistou o poder para os sovietes. Ele debate contra o otimismo superficial de alguns companheiros que quiseram participar do governo republicano popular formado após a queda da monarquia.
Combatendo o reboquismo, Trotsky, inegavelmente um abnegado revolucionário, admoesta o carreirismo, bradando para Plekhanov, que defendia a ocupação de um ministério: “Ambição desprezível! Abandonar sua posição histórica em troca de uma pasta”.
Foi isso que ocorreu com os pecedobistas que, em vez de aprender com os líderes do passado, atenderam ao chamamento do pelego Lula para a política de “resultados”; e colocando o militante Orlando Silva no Ministério, assumiram o jogo de fazer uma “caixinha eleitoral” através de convênios do programa Segundo Tempo, com ONGs e governos estaduais e municipais.
Com as ONGs, o Ministro é acusado de arrecadar um percentual sobre as verbas repassadas, e com os governos, ficou sem cobrar a aplicação correta do dinheiro público. Estão expostos os malfeitos cometidos por quem recebeu a verba, fez a contrapartida e ficou por isso mesmo. A prova é que nenhum dos 11 contratos do programa a vencer no próximo ano será renovado. Só em 2010 o Ministério repassou R$ 30 milhões a ONGs de membros e aliados do PC do B.
E, de acordo com um editorial do Estadão, “O que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União têm apurado não deixa dúvida de que a fraude, tosca e rasteira, é a regra”. (sic)
Isso vem de longe, do tempoem que Agnelo Queirozera do PC do B antes de se filiar – coerentemente – ao PT, e eleger-se governador do Distrito Federal sob as bênçãos de Lula. O ex-correligionário de Orlando Silva deixou-lhe o esquema do Segundo Tempo pronto, com a experiência em lidar com ele na qualidade de ex-secretário geral da Pasta.
A brandura leniente de Lula com a corrupção legalizou a reciprocidade do Ministério do Esporte com as ONGs para o alcance das verbas públicas; mas, até o momento em que escrevo este texto, não há provas de envolvimento do Ministro em falcatruas, apenas as ONGs para ser investigadas.
Mesmo sem uma acusação substanciada e necessária, a defesa que se faz de Orlando Silva é acanhada e estreita, quase rudimentar. Ele próprio, na Câmara e no Senado, só jogou palavras ao vento; e deveria ser afastado para permitir a apuração das denúncias.
Perfeito! Corrupto, hoje no Brasil, se esconde atrás de apelido de Comunista, Esquerdista, etc… no Fundo são todos Irmãos Petralhas! Ex Metralhas! E o Brasil é o Tio Patinhas deles!