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Patética popularidade

A propósito da pesquisa CNI/Ibope, dando 58% de “aprovação” ao governo Lula, cabe ligeira digressão. O povo brasileiro, que pouco ou nada lê, também pouco sabe de política e economia. Se soubesse, evidentemente não daria a Lula esses números, haja vista o deserto de realizações que é o seu governo, malgrado os recordes sucessivos de arrecadação tributária. A massa quer mesmo é inflação baixa e dinheiro no bolso. Assim, em plena ditadura militar, Médici chegou a ter mais de 80% de aprovação popular, sendo ovacionado em pleno Maracanã. Tempos do “milagre econômico”, com o País – numa ditadura militar – crescendo mais de 10% ao ano… Sob Lula também crescemos, mas por fatores que tiveram origem no passado (Plano Real, austeridade fiscal e monetária, câmbio flutuante, etc.) e, no presente, extrafronteiras: o dinamismo da China e dos demais emergentes, que crescem a altas taxas e demandam nossas commodities, cujos preços têm subido e favorecido nossa balança comercial.

Nesse “embalo”, tudo melhora. Acresça-se o dólar fraco e em constante baixa, facilitando a vida do povão. Nada disso, como se vê, tem que ver com uma suposta “excelência” da gestão Lula que pudesse justificar os números do Ibope. Muito ao contrário. Lula é sinônimo de corrupção generalizada, populismo, impunidade, violência urbana e no campo, reformas estagnadas, infra-estrutura avoenga em todos os níveis, saúde em frangalhos, educação, então, nem se fale, epidemias a granel, etc., etc… Mas, apesar de tudo, nada impede a aprovação de Lula – nosso presidente teflon. Ele que reze para que o céu de brigadeiro persista, ao menos até 2010, ensejando o verdadeiro “espetáculo do crescimento” mundo afora, com os inevitáveis bons reflexos aqui dentro. É desses benfazejos ventos (de além-mar) que advém a sua patética popularidade.

Silvio Natal (silvionatal49@yahoo.com.br)

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