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Dengue: o governo cortou verbas de 2007 em 53,6%

No ano passado, o governo federal cortou para menos da metade o dinheiro disponível para o combate à malária e à dengue. Além do corte, gastou bem menos que o valor liberado para prevenir e controlar a dengue. A redução nos gastos com o trabalho de combate à doença ocorreu no ano que antecedeu a epidemia que já matou pelo menos 54 pessoas no Rio de Janeiro — mais da metade crianças. Ainda assim, o governo voltou a transformar o assunto em briga política na quarta-feira.

De acordo com reportagem publicada nesta quinta pelo jornal Folha de S. Paulo, o programa de prevenção e controle de malária e dengue caiu 53,6%. Era de 85,4 milhões de reais e passou para 39,6 milhões, em valores já corrigidos pela inflação. Conforme um levantamento do site Contas Abertas, o gasto real no combate à dengue foi ainda menor: além de cortar, o governo, através do Ministério da Saúde, só aplicou de verdade um terço do dinheiro disponível para tentar impedir a epidemia.

O governo já tinha autorizado um gasto total de 22,8 milhões de reais exclusivamente com a dengue em 2007. O ministério, porém, só usou 7,1 milhões. Os números são confirmados pelo ministério, mas a assessoria da pasta justifica que há outros investimentos do governo que não aparecem nessa conta mas também ajudam no combate à dengue. Na quarta, o Ministério da Saúde anunciou um aumento nos repasses mensais ao Rio, que receberá 1 milhão de reais a mais até maio.

Apesar dos pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a questão não fosse politizada, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não desiste do bate-boca com o prefeito do Rio, Cesar Maia. Na quarta, ele voltou a dizer que a prefeitura sabia do risco de agravamento da epidemia. “Não faltou aviso”, disse o ministro. “Eu expedi ofícios, repassei recursos, treinei pessoal. O Ministério da Saúde, com suas limitações, fez o que deveria ser feito”, disse o ministro, rejeitando a culpa.

Temporão repetiu as críticas ao atendimento básico de saúde do Rio. “Falo isso desde que assumi o ministério. Não é coisa nova.” Apesar dos repetidos ataques a Maia, o ministro disse que é “inaceitável” ver o assunto se transformar em troca de críticas políticas.

O governo deve anunciar nesta quinta-feira o envolvimento das Forças Armadas no combate ao mosquito transmissor da dengue e o tratamento dos pacientes em hospitais de campanha. Serão três hospitais para ajudar o Rio.

Fonte: Veja Online

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