ARTIGO
Espionagem, propaganda do PT, Farc e PCC
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )
Descobrindo a espionagem estrangeira através do programa Fantástico, da TV-Globo, o comissariado de agitação e propaganda do PT encontrou um prato feito para a sua propaganda enganosa. Como todo brasileiro bem informado já sabia, todo mundo espiona todo mundo há muito tempo, dai o novo engodo do lulo-petismo passar a ser motivo de piada.
O anedotário – exaltado nas redes sociais até no estrangeiro – revela, com humor, as intervenções sem pé nem cabeça de Dilma, reproduzindo o besteirol grosseiro de Lula nos discursos aplaudidos pelos obreiristas da USP.
Infelizmente não é apenas a idiotia dos decoradores de textos que surfa na onda da elegia à pelegagem que infesta o PT: muitos teóricos dos partidos que se dizem ‘de oposição’ se deixam influenciar pelo reformismo sindicalista, baseados nas teorias gramscistas que, por chegarem atrasadas nos círculos intelectuais, pontificam no confuso ideário socialista vigente no Brasil.
Por ironia do destino, as teorias de Gramsci se esparramaram pelo país após o golpe civil-militar de 1964, mais ou menos na década de 1970, graças a exacerbados debates entre intelectuais comunistas do Partidão e os provocadores trotskistas…
Em terreno fértil para as discussões sobre o fascismo, deslumbrados acadêmicos mergulharam nas teorias de Gramsci para arrotar esquerdismo nas aulas para jovens ávidos de liberdade e mudanças sociais.
Assim, não poderia deixar de ocupar lugar de destaque na intelligentsia lulo-petista, que perdendo duas eleições presidenciais e sem compreender os ensinamentos do Italiano, aliaram-se a outros igualmente seduzidos: religiosos e bandidos, santos e demônios, todas as maria-vai-com-as-outras de neurônios preguiçosos.
Essas especulações doutrinárias de presos políticos chegaram à bandidagem igualmente encarcerada e, desse conúbio repulsivo nasceram às facções criminosas, o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro e o Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo.
Como não podia deixar de ser, a traficância de drogas e armas levou a bandidagem a aproximar-se do narcoterrorismo também falsamente ideológico das Farc – organização ligada fraternalmente ao PT. Daí, a menos de um passo, levou o crime organizado à política degenerada dos pelegos.
Agora, o Ministério Público Estadual de São Paulo, numa exaustiva investigação em mais de três anos, colheu dados através de arquivos e configurações de computadores, depoimentos, documentos e escutas telefônicas, que descortinaram a triste realidade do imenso poder alcançado pelos criminosos.
Testemunhas e informantes sigilosos depuseram sobre ações policiais que cumpriram mandados de prisão e apreensão de armas e narcóticos. Desse modo, foram identificados onze mil criminosos em 22 estados, com ramificações no Paraguai e Bolívia.
Constatou-se, em situações diversas, a condenável (e suspeita) omissão do PT-governo, não repassando o Fundo Penitenciário aos Estados, vetando o porte de arma para agentes prisionais e desprezando a criação da polícia penal, sugerida pelo CNJ.
Vê-se, também que a falta de investimentos no sistema prisional é uma forma de ajudar indiretamente o poder das facções criminosas. A administração federal deveria seguir o exemplo dos Estrados Unidos e da Itália, que decretaram a tolerância zero acompanhada de medidas concretas; se assim fosse, não assistiríamos as ocorrências recentes no Maranhão e, anteriormente, nas rebeliões de presos no Rio e em São Paulo.
A criminalidade organizada em proporções semelhantes ao que é patenteado no Brasil foi combatida com rigor nos EUA e na Europa com as chefias confinadas e perdendo a força de atuar, como aqui, onde se vê o PCC movimentando R$ 120 milhões/ano com atividades criminosas.
Esta radiografia do sistema criminal obriga os responsáveis pelos três poderes republicanos a agir imediatamente. Não é possível permitir-se que o PCC controle 90% dos presídios paulistas, conforme mostrou uma reportagem do Estadão. É incompreensível que se permita a policiais, religiosos, advogados e juízes corruptos contribuindo para isto.
Num artigo recente, o jornalista Fernando Gabeira sugeriu ironicamente que os brasileiros devemos “escolher entre o bom humor dos comediantes e o mau humor dos manifestantes”. Em minha opinião, a voz das ruas e os artistas da comédia convergem, interpretando o pensamento coletivo e pressionando os poderes constituídos. E isto nos conforta e assegura que algo deve feito.
Lembra do Ricúpero se-for-bom-mostramos-se-for-ruim-escondemos? Não foi invenção do Ricúpero e nem acabou depois da câmera aberta da Globo, o fato é que esses sucessivos governos petistas aprimoraram a técnica. Com mais furos que uma peneira, a turma do marketing vermelho mostra apenas o cabo pavimentado da peneira e esconde os furos. Gramsci, que chamou um bispo em seu leito de morte e confessou seus pecados e arrependeu-se, por isso não deve estar no inferno, deve ainda manter uma boa dose de orgulho desses crápukas que seguem seus cadernos da prisão. Lênin, Stálin, Hitler, Mao e Guevara… ah, esses devem tomar champagne todos os dias, ao lado do capeta, comemorando seus seguidores.
Excelente! Mas e se tudo isso não for apenas consequência da incompetência do PT? Lula é estrategista e Dirceu também. Pode ser intencional?