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PELA RUA DA AMARGURA

(Hélio Xavier de Vasconcellos)

 

Comprido, curvo, estrábico, esquelético,

Não só causa arrepios – causa horror!

Tão raquítico, assim, e tão sintético,

É o símbolo da Fome, sem favor.

No horário do namoro, é aritmético.

Não falta e nem atrasa. É de valor!

Ganhou, porisso, o cargo apologético

De Funcionário Público do Amor.

 

Discursando, é um atleta nas arenas;

É um orador de múltiplos recursos;

Um Ruy Barbosa de ambições serenas…

 

Mas, logo as cousas mudarão seus cursos,

Pois, ao lado da noiva, é a noiva apenas

Que tem direito de fazer discursos!…

 

Biografia aqui.

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