Artigo: Fascismo lulo-petista volta a investir contra a imprensa
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Depois do nazismo, do Pravda, das ditaduras Vargas e de 1964, a sociedade evoluiu, salvo para os que comparam sua ideologia aos oráculos”. Roberto RomanoÉ impossível imaginar a democracia sem uma imprensa forte, nadando nas onduladas extensões da liberdade. E sobre a imprensa, ninguém melhor do que o pensador, escritor e poeta Machado de Assis para falar dela no lead de sua crônica “A Reforma pelo Jornal”.
Escreveu Machado: “Houve uma coisa que fez tremer as aristocracias, mais do que os movimentos populares; foi o jornal. Devia ser curioso vê-las quando um século despertou ao clarão deste ‘fiat’ humano; era a cúpula do seu edifício que desmoronava.
“Com o jornal eram incompatíveis esses parasitas da humanidade, essas fofas individualidades de pergaminho alçado e leito de brasões. O jornal que tende à unidade humana, ao abraço comum, não era um inimigo vulgar, era uma barreira… de papel, não, mas de inteligências, de aspirações”.
O fundador da Academia Brasileira de Letras escreveu este texto 153 anos atrás, em outubro de 1859. E até hoje a imprensa instiga e provoca as aristocracias, sejam as que persistem em usar punhos de renda, sejam exibindo macacões estilizados à moda de George Armani, exibidos por pelegos populistas.
Pela permanente vigilância e sendo uma ameaça real às tenebrosas transações do poder, enquanto dorme a nossa Pátria Mãe tão distraída, a imprensa brasileira volta a ser alvo dos atuais ocupantes do poder.
É por isso que é necessária a defesa contínua e ininterrupta dessa liberdade fundamental para o regime democrático. Não pode haver uma democracia ‘entre aspas’, que não respeite a liberdade de imprensa, que garanta o direito à informação e a defesa dos direitos humanos.
Em sua 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) ocorrida em São Paulo, constatou-se que a imprensa enfrenta um “clima hostil” por parte dos governos populistas da América Latina. Convidado para debater o problema, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso disse uma coisa certa: “Estão inventando uma espécie de democracia autoritária: ganha pelo voto e governa atacando a oposição”.
Registre-se a presidente Dilma Rousseff recebeu um convite especial para a abertura da Assembléia da SIP, mas alegando compromissos de agenda, não compareceu. Sua negativa em prestigiar o evento levou o representante do jornal “O Estado de S. Paulo”, Júlio César Mesquita, a comparar essa ausência com a do ex-presidente Fernando Collor, em 1991.
A Presidente – como se viu e como se vê, – deixa de ser a Chefe da Nação Brasileira para tornar-se chefe de uma facção partidária, e o PT, seu partido, não esconde a inegável tendência de considerar a imprensa como inimiga.
Os ataques à imprensa são vários; ora tentam conquistar jovens idealistas desavisados, ora tachando-a de elitista e preconceituosa, ora de golpistas. É assim pensam e divulgam os hierarcas do PT, seguidos pelos sabujos que afocinham os restos do obsceno banquete da corrupção posto a mesa.
Como manda a boa prática fascista, estimulam e financiam jornais chapas-brancas que levam o aplauso fácil à República dos Pelegos, propondo para a imprensa independente a regulamentação dos jornais e uma inexplicável disciplina para os jornalistas.
Assim agindo, o lulo-petismo quer limitar as opiniões interpretativas, impedir as análises conjunturais, proibir a reportagem investigativa e assassinar a estimulante crítica democrática.
O grande sonho (bem próximo de se tornar realidade) dessa corja é controlar a imprensa nos moldes (ou pior) que o tamborim portenho conseguiu impor por lá.
Deveria ser proibido que órgãos e/ou estatais investissem dinheiro em blogs, sites,teatros e afins sem que estes comprovassem um objetivo estritamente educativo,e que passaria por uma Comissão isenta,que aplicasse recursos em variados entretenimentos,e não ficar sustentando “gente da famiglia”!
Está vergonhosa essa situação do governo patrocinar apadrinhados e desprezar outros bons veículos na Imprensa! É por aí que começa a safadeza !
Imprensa livre sempre.