Rocinha é ocupada sem tiros, mas teme o futuro

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Ação do governo preocupa moradores, dominados pelo tráfico há 30 anos

As forças de segurança do Rio retomaram ontem o controle das favelas da Rocinha e do Vidigal, as principais da zona sul da cidade. As duas áreas estavam dominadas pelo tráfico de drogas havia mais de 30 anos.

Anunciada dez dias antes, a operação envolveu cerca de 3.000 pessoas e não encontrou resistência armada. Nenhum tiro foi disparado. A única ação do tráfico foi derramar óleo nos acessos ás favelas.

Moradores temem pela falta do assistencialismo dos traficantes. “O Nem pagava aluguel de quem precisava, dava cesta básica, ajudava as creches. Quero ver o governo fazer isso”, disse X; que não se identificou.

Poucas armas e uma agenda do ‘delivery’

Apesar de ter apreendido menos armas do que se esperava (15 fuzis, 20 pistolas, duas espingardas, uma submetralhadora e três granadas) a polícia prendeu cinco pessoas, entre elas Aureliano de Oliveira Neto, o Edu, que coordenaria o delivery de drogas da quadrilha. Ele tinha uma agenda telefônica com números de supostos consumidores de drogas. Foram apreendidos 112 quilos de maconha e 60 quilos de pasta-base de cocaína.

O silêncio do morro

As noites de sábado na Rocinha são barulhentas. Mas anteontem o silêncio imperava, e só foi quebrado pelos galos da madrugada. Às 4h09m, chegaram os blindados da Marinha, testemunhou Vera Araújo. De dia, havia uma felicidade no rosto de moradores, relata Jorge Antonio Barros, que em 1988 escapou de morrer na favela, fazendo uma reportagem.

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