Retrato do momento
Belo Monte, leilão sob suspeita
A vitória do consórcio liderado pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) no leilão para a obra de Belo Monte, no Pará, está sob contestação. O Ministério Público vai apurar se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desobedeceu a uma ordem judicial, já que, às 12h25, nova liminar contra o leilão fora dada, e este ocorreu às 13h20. A Aneel alega não ter sido notificada a tempo. O vencedor apresentou a menor oferta: R$ 77,97 por megawatt/hora, deságio de 6,02% sobre o preço-teto (R$ 83/MWh).
Construtoras podem deixar consórcio
As construtoras Queiroz Galvão e J. Malucelli ameaçam deixar o grupo, liderado pela estatal Chesf e pelo frigorífico Bertin.
Contestações
A batalha judicial não acabou: uma quarta ação contra a obra ainda não foi julgada. O dia foi marcado por protestos no estado e em Brasília, onde o Greenpeace despejou toneladas de estrume na porta da Aneel. Há 21 anos, pelo mesmo motivo, uma índia ameaçou com um facão o então presidente da Eletronorte, hoje na Eletrobras.
Um estranho no ninho
Um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, o grupo Bertin, de Lins, interior de São Paulo, é o líder do consórcio vencedor do leilão. O Bertin; que arrematou há dois anos concessões para construção de termelétricas, vem descumprindo prazos com a Aneel e já foi autuado em mais de R$ 1,2 milhão.
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