Poesia

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Álcool

 

Que droga foi a que me inoculei?

Ópio de inferno em vez de paraiso? …

Que sortilégio a mim próprio lancei?

Como é que em dor genial eu me eternizo?

 

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,

Foi álcool mais raro e penetrante:

E só de mim que ando delirante-

Manhã tão forte que me anoiteceu.

 

Mário de Sá Carneiro

Escritor português, natural de Lisboa. A mãe morreu quando Sá-Carneiro tinha apenas dois anos e, em 1894, o pai iniciou uma vida de viagens, deixando o filho com os avós e uma ama na Quinta da Victória, em Camarate.

Em 1900, entrou no liceu do Carmo, começando, então, a escrever poesia. Entretanto, o pai, de regresso dos Estados Unidos, levou-o a visitar Paris, a Suíça e a Itália. Em 1905 redigiu e imprimiu O Chinó, jornal satírico da vida escolar, que o pai o impediu de continuar, por considerar a publicação demasiado satírica.

Em 1907 participou como ator, numa récita a favor das vítimas do incêndio da Madalena, e no ano seguinte colaborou, com pequenos contos, na revista Azulejos.

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