Ministério do porvir?

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Abrindo aspas para Carlos Chagas.

“Desfez-se como sorvete ao sol a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, do desditado ministro Mangabeira Unger. Ninguém notou. Também, ninguém notaria, se em vez de rejeitada a Medida Provisória 377 tivesse sido aprovada na quarta-feira, pelo Senado. De tabela, desaparecem 660 cargos DAS criados pelo presidente Lula, dos quais 83 dessa estranha e etérea Secretaria do Futuro. Pelo menos nesse particular, lucra o Tesouro Nacional. Como é que fica? Não fica, porque nunca ficou.

O governo sempre poderá tentar editar nova medida provisória, que precisaria vir mascarada, porque duas iguais no mesmo ano estão proibidas. Quem sabe criar a Secretaria do Porvir ou o Ministério da Eternidade?

Apesar da derrota, há quem se encontre feliz, no Palácio do Planalto. No caso, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que não gostou nem um pouco de perder o Ipea e a exclusividade de planejar o presente e o futuro. Quanto a concluir que o senador Renan Calheiros foi o grande vencedor da rejeição da MP 377, porque teria mobilizado o PMDB, trata-se de uma ilação a ser comprovada. Afinal, o PT só não ficou mais irritado do que o governo, nesse novo capítulo da novela do fisiologismo explícito. E Renan precisa dos votos do PT para escapar da condenação no Conselho de Ética e no plenário.

De qualquer forma, o episódio revela mais um pedaço das entranhas dessa triste relação entre Executivo e Legislativo, tendo transformado a Esplanada dos Ministérios num imenso balcão de negócios. O PMDB não gostou de a ministra Dilma Rousseff ter aquinhoado o PT com a BR-Distribuidora e mais a diretoria de Gás da Petrobras. Isso enquanto a chefe da Casa Civil protela a entrega da Eletrobrás, da Eletronorte e da Eletrosul ao PMDB. Assim, rebelados, os senadores peemedebistas rejeitaram a MP do Futuro. Um aviso de que poderão recusar a prorrogação da CPMF e deixar a equipe econômica numa saia justa.

Aguarda-se a reação do governo.”

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