Poesia

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Soneto da verdadeira Pátria


E quando eu me tornar rosas vermelhas

que o luar cobrir com suas mãos tão leves;

quando já for silêncio e treva e tudo chão,

e a palavra uma pedra na garganta,

irei ver outra bem distante,

lá onde os meus avós já são senhores,

e onde os pássaros cantam, sempre e sempre,

saudando as madrugadas dos que chegam.

Aqui, pouco me importa o que aqui fique…

O meu corpo brotando em flores quentes

e a cabeleira indo em raiz no chão.

Irei ver meus irmãos que aqui são cruzes

e tão lúcidos lá. Serei, então,

sincero e bom, na verdadeira pátria.

Berilo Wanderley

O Poeta

Nascido a 21 de abril de 1934 em Natal – RN, de infância comum, aluno marista, enfrentou uma educação literária segundo ele aquém de medíocre.

Formado em Direito, ainda enfrentou  a Promotoria Pública onde se desencantou. Poeta, cronista, trabalhou também como jornalista.

Em 1994, quinze anos depois de sua morte foi lançado o “Revista da Cidade”, um livro de contos, crônicas, poemas e fragmentos de Berilo Wanderley, organizado por Maria Emília Wanderley.

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