Artigo publicado n’ O METROPOLITANO

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Enquanto Lula e os favoritos passeiam em Paris

MIRANDA SÁ, jornalista (mirandasa@uol.com.br)

Antes de viajar para gozar merecido descanso em Paris, Lula deixou uma tarefa de herói mitológico para a bancada petista no Senado: A varredura do lixo acumulado para debaixo dos tapetes da Casa. Foi a fórmula encontrada por Sua Excelência para manter Sarney na presidência.

Como deve existir mais lixo que o aparente, não vai ser fácil. Não dá para Mercadante, que tem mais discurso do que ação; então o trabalho poderá ficar para Tião Viana, mais independente como se viu na entrevista publicada em Veja desta semana.

Prepare-se o senador acreano porque deve haver imundície espalhada na Praça dos 3 Poderes, como se deduz pelo interesse de Lula em  sustentar Sarney e sua corja.

Então será, como disse, um esforço sobre-humano, como o trabalho que Hércules executou limpando os estábulos de Áugias. Quem fez um primário bem feito, lembra-se que o rei Áugias herdou 3.000 bois que alojou nas cavalariças do palácio e durante 30 anos amontoou esterco em camadas de muitos metros de altura.

Para limpar o monte de excrementos, compareceu Hércules, o chefe dos argonautas. O herói viu a possibilidade de desviar o curso do Rio Alfeu para dentro dos estábulos e arrastar na enxurrada toda porcaria juntada ao longo do tempo.

Como Áugias recusou o pagamento combinado com Hércules, este combateu-o e destronou-o. Para comemorar a vitória criou as Olimpíadas.

As pessoas bem informadas que querem dar um fim nas safadezas que reinam no mundo político para salvar a democracia, esperam o surgimento de um herói, para desviar o rio da ética e purificar o Congresso Nacional.

Evidentemente, não poderá ser Mercadante, que pôs no pescoço a cangalha de Lula e em menos de 24 horas apresentou e desapresentou a proposta de afastamento temporário de Sarney, como forma de ajudar o saneamento do Senado. Há possibilidade de ser Tião Viana, e então a bancada do PT se reconciliaria com o respeito da opinião pública.

Os jornais anunciam que a bancada  petista do Senado voltará a discutir a crise da instituição e as ordens emanadas do Palácio Planalto. A briga vai ser boa porque a generala Dilma está agitadíssima nos bastidores defendendo a permanência de Sarney.

Pode parecer estranho, mas informações seguras dão conta de que a mobilização de Dilma é desusada. Uma verdadeira ação guerrilheira. Guilherme Fiúza, em artigo recente, garante que nem Roseana faria tanto, e acrescenta que “a companheira de armas fez da defesa do filhote da ditadura sua grande causa.”

Isto, honestamente, me amedronta. Como entregar a Presidência da República à Generala? É Mussolini redivivo. Saiu da esquerda vermelhíssima para vestir a camisa negra dos fascios, alinhando-se com a escória do parlamento. E, como a História registra, o ditador italiano não somente traiu o socialismo, mas incentivou prisões, torturas e assassinatos.

Como uma generala não pode ser galinha, Dilma é um galo que cocorica para a esquerda e cisca para a direita. Para a direita corrupta, diga-se de passagem.

 

 

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