Artigo saído n’ O METROPOLITANO
Trabalhos da CPI da Petrobras enrolados no Senado
MIRANDA SÁ, jornalista (mirandasa@uol.com.br)
Já que se fala muito de “queremismo” – referência histórica de um movimento espontâneo do povo pedindo a volta de Getúlio Vargas ao poder – acho que atualmente o verdadeiro queremismo é o desejo patriótico de ver investigadas as denúncias contra a atual direção da Petrobras.
É preciso dizer-se que a Petrobras não é do PT e seus satélites, nem de Lula da Silva; os verdadeiros donos da estatal somos nós, os nacionalistas que lutamos por ela, são os 700 mil acionistas da empresa e, por abrangência, os brasileiros ue pagam impostos.
Eu entre aqueles, quero que a CPI da Petrobras se desenrole da politicagem do Senado – mesmo tendo a maioria de membros escolhisdos pelo governo para blindar os acusados -, funcionando o instituto, poderemos conhecer as suspeitas levantadas pelo Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal.
Iremos desvendar também as razões que levaram à criação da CPI e o porquê do pânico que domina as hostes lulistas-petistas, pagando um altíssimo preço para barrar as investigações.
Sejam de que partidos forem, os membros da Comissão serão responsáveis pela apuração das denúncias perante a Nação, ou mergulharão o Senado de uma vez por todas no lamaçal do infâmia e da desonra.
Assim, a credibilidade do Poder Legislativo está em jogo. O mínimo que se espera dos senadores é manter a ética política. Queremos honestidade e isenção deles para revelar os atos de diretores da empresa como o inexplicável empréstimo feito na Caixa Econômica, a misteriosa alteração contábil sob protestos da Receita Federal e o anti-democrático aparelhamento partidário nos cargos de mando na administração.
Não esperamos que a CPI seja uma reunião como a Ceia do Senhor. Entre os parlamentares não há santos, mas nem todos são anjos decaídos. A Comissão, tratando-se de um instrumento da oposição minoritária, deve por obrigação fiscalizar o governo e é possível que tenhamos a satisfação de ver a realidade administrativa e a bilonária movimentação financeira da Petrobras.
Felizmente e em boa hora os mais inteligentes entre os defensores do PT-governo pisaram no freio nas imbecis acusações aos defensores da CPI chamando-os, como Lula fez, de irresponsáveis e impatriotas. Manter tal besteirol seria abominável. Na verdade, querer botar em pratos limpos as inúmeras desconfianças e fartas suposições feitas aos ocupantes do poder, é ser responsável e patriota.
Será horrível varrer para debaixo do tapete as denúncias sobre os contratos de construção das plataformas de petróleo, sobre o superfaturamento da Refinaria Abreu e Lima e o abundoso caudal de verbas distribuídas a entidades ligadas ao PT , partidos dependentes e a capangagem dos pelegos sindicais.
Não se pode deixar de apurar a desonestidade ou “benemerência humanista” (como explicam alguns iunocentes úteis) a distribuição de dinheiro vivo às Ongs de atuação duvidosa. O exemplo mais notável – já citei em artigo anterior – é o tal Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical da Agricultura Familiar, o Ifas, organização com sede em Goiânia, sem sequer uma placa na fachada ou telefone para comunicação.
O Ifas foi alvo de denúncias anteriuores de desvio de verbas repassadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); mesmo assim, entrou na folha de pagamentos da Petrobras, pobre menina rica!
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