Poesia

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Canção de Outono

 

Estes lamentos

Dos violões lentos

Do outono

Enchem minha alma

De uma onda calma

De sono.

 

E soluçando,

Pálido, quando

Soa a hora,

Recordo todos

Os dias doidos

De outrora.

 

E vou à toa

No ar mau que voa.

Que importa?

Vou pela vida,

Folha caída

E morta.

Paul Verlaine

 

(Tradução: Guilherme de Almeida)

 

O Poeta

 

Com este verso definitivo, o francês Paul Verlaine (1844-1896), abre o poema “Art Poétique”, de 1885, considerado um verdadeiro manifesto da poesia simbolista. De fato, Verlaine colocou a música acima de tudo. Ele queria um verso fluido, ritmado, solúvel no ar.  

Exemplo disso é essa pequena jóia, a “Chanson d’Automne”, publicada em seu livro Poèmes Saturniens (Poemas Saturninos), de 1866. A música está de tal forma entranhada nesse poema que traduzi-lo para o português parece tarefa impossível.

Uma resposta para Poesia

  1. Chip disse:

    Verlaine !! grande poeta e
    alem de amante, um dos poucos que reconheceu a grandeza de Rimbaud, isso na época neh