Mercado se dá conta de que limpeza não será rápida

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O mercado se deu conta de que o plano elaborado pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, não limpará rapidamente os ativos podres dos bancos. Pelo contrário, levará tempo, e ainda causará muitas turbulências nos balanços de cada instituição.

 

Essa é a avaliação do economista-chefe da NGO Corretora, Sidnei Nehme. Ele acredita que além da realização de lucros, por conta da forte valorização de ontem, também há uma análise mais detalhada e realista do pacote apresentado ontem, e isso está derrubando as bolsas hoje.

 

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, abriu no vermelho e por volta das 11h50m caia 2%. As bolsas americanas também estavam em queda: Dow Jones, -1,39%; S&P, -1,60%; Nasdaq, -1,94%.

 

– O plano vai na direção correta, mas vai esbarrar nas negociações de preço dos papéis. Haverá uma queda de braço entre os bancos, querendo jogar o preço para cima, e o mercado, querendo jogar para baixo. Esse processo todo não será feito no curto prazo e pode tomar todo o ano de 2009 – afirmou Nehme.

 

O economista também alerta que por conta dessa disputa, envolvendo banqueiros de um lado e compradores do outro, os preços poderão ser jogados ainda mais para baixo, impondo perdas nos balanços de bancos.

 

– O processo de limpeza ainda vai trazer muita volatilidade nos mercados com muita especulação entre os agentes financeiros – apostou.

 

Esse cenário de incerteza sobre os preços dos ativos, com o próprio mercado negociando valores, pode inibir os próprios bancos de colocarem à venda os papéis podres. E pelo que foi elaborado pelo governo americano, a iniciativa do processo de limpeza partirá dos próprios bancos.

 

Fonte: Miriam Leitão

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