PMDB governista teme a desagregação pós-Renan
O comando do PMDB no Senado está apreensivo com o desgaste da legenda por causa do processo contra Renan Calheiros e as denúncias contra Joaquim Roriz, membros preeminentes do partido. Segundo boatos que correm em Brasília– Brasília é, também, a capital dos boatos – um senador que possivelmente é José Sarney, que está suspeitando que a defesa pública de Lula da Silva a Renan seria apenas fogo de vista de pouca duração; e sugere que a bancada aguarde o comportamento dos petistas a partir da segunda-feira, para tomar medidas defensivas.
De portas fechadas, as conversas dos peemedebistas avaliam que o partido se prejudicou e poderá pagar um alto preço eleitoral – além da perda de dois mandatos – se não surgir uma solução imediata para a crise no Conselho de Ética. Já há quem defenda na direção do PMDB que não dá para segurar a barra até o recesso parlamentar.
Está de acordo com a realidade, a análise que projeta os desdobramentos políticos que advirão de uma apuração vertical no processo contra Renan e a abertura de outro litígio com o também peemedebista Joaquim Roriz. Isto poderá comprometer a aliança formal do PMDB com o presidente Lula. Lembram os estrategistas o apoio parlamentar ilimitado e a firme defesa do PT no caso do “mensalão”. Cobrando uma recíproca para salvar Renan, esses dirigentes desconfiam das articulações petistas, que perseguem a presidência do Senado sem disso fazer segredo. Para isso não será difícil para Lula aglutinar dissidentes peemedebistas (e outros), após o inevitável racha que sucederá à queda de Renan.
Comentários Recentes