História – há 37 anos…
Morreu hoje o pai dos humoristas brasileiros
27/211/1971 – Apparício Torelly nasceu em Rio Grande (RS), em 29 de janeiro de 1895. Abandonou a Faculdade de Medicina de Porto Alegre no 4º ano, e em 1925 chegou ao Rio de Janeiro.
Começou a trabalhar no jornal O Globo e depois em A Manhã. No ano seguinte, fundou A Manha, jornal de circulação nacional em formato tablóide, que fez grande sucesso.
Em 1930, durante a revolução, proclamou-se barão de Itararé, alusão à anunciada batalha que ocorreria na cidade paulista de mesmo nome, mas que nunca ocorreu de fato. Em outubro de 1934, junto com Aníbal Machado, Pedro Mota Lima e Osvaldo Costa, editou o Jornal do Povo, que nos seus dez números publicou a história de João Cândido, um dos marinheiros da revolta de 1910.
Foi seqüestrado e espancado por oficiais da Marinha. Logo após, afixou uma placa na porta da redação do jornal: “Entre sem bater”.
Novamente preso em dezembro de 1935 por ser um dos fundadores da Aliança Nacional Libertadora, ficou na prisão durante todo o ano de 1936, junto com Hermes Lima, Eneida de Morais, Nise da Silveira e Graciliano Ramos.
Reabriu A Manha, que só funcionou por mais um ano. Em 1938 trabalhou no Diário de Notícias, onde publicou durante seis anos a coluna “A manhã tem mais…”.
Foi preso ainda diversas vezes durante o Estado Novo. Novamente ressurgiu A Manha, com enorme sucesso, contando com a colaboração de José Lins do Rego, Sérgio Milliet, Rubem Braga, Raimundo Magalhães Jr., Álvaro Lins.
Em 1945 foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Comunista Brasileiro. O slogan de sua campanha era: “Mais leite, mais água, mas menos água no leite”. Em 1947, perdeu o mandato após o cancelamento do registro do PCB.
Em virtude de problemas financeiros, A Manha deixou de circular em 1948. Nos anos 1950, A Manha voltou novamente a circular, e o barão de Itararé passou a viver em São Paulo. Nessa época, lançou várias edições do Almanaque, uma paródia dos almanaques tradicionais.
Faleceu no Rio de Janeiro aos 76 anos de idade.
Aparício Torelli, o barão de Itararé, é o verdadeiro autor de inúmeras tiradas, frases e piadas pronunciadas por humoristas brasileiros desde então. Recebeu homenagens da turma do Pasquim, da turma do Casseta e Planeta, entre outros.
É o pai do jornalismo de humor e do humorismo brasileiro.
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