Relações indecorosas entre Renan e Lula da Silva
O pedido de Renan Calheiros para se encontrar com Lula da Silva não pareceu estranho para ninguém; seria zombar da inteligência nacional esconder as relações indecorosas de Renan com Lula. O Presidente do Senado foi pedir socorro ao aliado a quem fez tantos favores, mas não obteve uma intervenção explícita. Vazou para a imprensa que Lula quer e torce para que Renan se salve, mas se diz incapacitado de intervir comprometendo o governo. Disse o Presidente (segundo fontes palacianas) que “gostaria que o amigo se safasse” achando, porém, que a crise deve ser superada no Congresso, onde se originou.
Segundo observadores próximos ao Planalto, Lula prefere manter Renan na presidência do Senado do que dar um salto no escuro. Na avaliação do Presidente, a queda do senador alagoano terá efeitos negativos na base governista do Senado, podendo, inclusive, dar uma maioria à oposição, por isso mostrou-se pessoalmente simpático e solidário a Renan e na presença dele convocou a líder do PT-partido, Ideli Salvati, a quem pediria mais empenho em sua defesa. Após as despedidas formais, chegaram ao Palácio Ideli e Tião Viana com quem o Presidente manteve longa conversa pedindo detalhes da atuação dos petistas no caso. Segundo os informantes, Lula repreendeu Ideli por ter indicado Eduardo Suplicy para o Conselho de Ética, considerando isto um erro político.
Na reunião do Conselho, tomando conhecimento do diálogo entre Lula e Ideli através da internet, Suplicy não mandou recado: de frente às câmeras da TV-Senado fez uma dura observação, afirmando que deseja que triunfe verdade, em coerência com a sua formação de decência e ética, e aproveitou a oportunidade para reiterar sua sugestão para que Renan vá ao Conselho defender-se e esclarecer alguns fatos que o comprometem. Presente à fala do Senador, a líder petista interveio irritada, gritando nervosa que Lula não havia se referido a Suplicy.
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