Arquivo do mês: março 2015

Sandálias da Humildade

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Estava certo Ulisses Guimarães (que Deus o tenha ao seu lado) quando disse que “político só tem medo do povo nas ruas”. É o que estamos vendo – concretamente – após as gigantescas manifestações dos brasileiros no dia 15 de março contra a corrupção do PT-governo e pedindo o impeachment de Dilma.

O governo corrupto e corruptor, em polvorosa, correu a se explicar através de ministros petistas que escorregam nos chavões das continuadas crises políticas. Chamada de covarde, por se esconder na primeira hora, Dilma ocupou microfones e telas de TV sofismando sobre corrupção.

Uma das metáforas usadas foi dizer que “a corrupção é uma senhora idosa”, pretendendo dividir com outrem os ilícitos praticados pelo seu partido. Outro contra-senso metafórico foi calçar as sandálias da humildade! Falou que deseja “humildemente” o diálogo com todos… Mas na mesma frase concluiu “… os que quiserem falar comigo.”

Quando ouço falar em “sandálias da humildade”, que já foram tema de filme, movimentaram programas de televisão e apareceram em peça teatral, a memória sempre me leva a São Francisco de Assis.

A biografia deste Santo registra que um dia, quando rezava na Igreja de São Damião, ouviu uma voz, que se repetiu, dizendo-lhe: “Francisco, repara minha casa, olha que está em ruínas”. Então, ele vendeu tudo o que tinha e com o dinheiro recuperou o templo de Assis.

Aos 25 anos, entrou no sacerdócio como diácono e seguiu o Evangelho da Missa que dizia “Vai pregar anunciando o Reino de Deus e distribua gratuitamente o que recebeu gratuitamente. Não possua ouro, nem duas túnicas, nem sandálias…”

Obedecendo ao ditado, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente com a túnica. E assim a sua santidade foi reconhecida sem exibicionismo e por ter se convencido, e ensinado, que “ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é, e não mais”.

Pelegos fascistóides e arrogantes que estão no poder jamais seguirão esta lição franciscana! Até seus condenados e presos por corrupção, são considerados heróis do partido! Vemos que os petistas valem pelo que são com sua ideologia distorcida e a mentira compulsiva.

Por mais que encham a boca com a palavra “humildade”, não passam de ladrões da Petrobras, flagrados na Operação Lava Jato, ladrões do Banco Brasil, como o fujão Henrique Pizolatto, e de ladrões sob suspeição atuando no BNDES, Eletrobrás, Correios e fundos de pensão.

Como pode Dilma ser humilde, se esconde as pesquisas que lhe dão 7% de aprovação, o quê, invertendo os valores aritméticos, corresponde a 93% dos que lhe desaprovam? E não é nada modesta por não assumir que a causa da corrupção é a incompetência do seu governo, e dela própria, que assinou sem ler a criminosa compra de Pasadena.

O que se vê é que a falsa Gerentona diante da multidão ficou descalça e se despiu da túnica, mostrando-se tal qual é uma laranja de Lula da Silva para facilitar as consultorias, aparelhar a administração pública e favorecer propinas.

A rainha ficou nua! Seu reinado abriu as comportas do mar de lama, afoga a ética e a moralidade públicas enlameando os poderes republicanos, pervertendo o Judiciário e decompondo o Legislativo.

Dilma tem o direito de errar? Tem; mas não será perdoada persistindo no erro. Precisa parar de mentir comparando desonestamente as pífias manifestações mercenárias da CUT e do MST com os milhões de patriotas que foram às ruas no domingo.

E para se auto-criticar, não deve ficar apenas na intenção discursiva, mas usar de verdade as sandálias da humildade porque só com elas poderá caminhar com altivez.

Ocultação de Cadáver

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Quando se fala em “ocultação de cadáver” nos parece ser uma referência repulsiva, um crime hediondo, coisa assustadora. Entretanto, é tratado no artigo 211 do Código Penal como uma coisinha de nada, aplicando-lhe uma pena de 1 (um) a 3 (três) anos de prisão, e multa…

Divulgado com estardalhaço pela mídia foi o caso do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, condenado pelo homicídio e ocultação de cadáver da sua amante, Eliza Samúdio. A pena foi de 22 anos e três meses, 20 anos pelo homicídio qualificado e seqüestro de Bruninho, filho de Eliza; e apenas dois pela ocultação do cadáver.

Também o crime de ocultação de cadáver agitou as reuniões da Comissão da Verdade entrechocando duas correntes jurídicas sobre a continuidade ou não do delito; entretanto, nada se concluiu ali como queriam os que defendiam que a Lei da Anistia não perdoasse responsáveis pelos caídos na Guerrilha do Araguaia e os desaparecidos na luta urbana contra o regime militar.

Vê-se que a figura jurídica da ocultação de cadáveres entra no capítulo político da História. No Exterior registramos que a Justiça do Estado de Israel julgou, em 1961, o bandido nazista Adolf Eichmann por crimes de guerra sob quinze acusações, inclusive ocultação de cadáveres, e o condenou à morte.

Foi rara, senão única, esta punição. Os crimes contra a humanidade praticados pelo nazismo aos eslavos, ciganos e judeus, caracterizando um genocídio étnico, racial e religioso estão quase esquecidos; e a bárbara perseguição do stalinismo aos proprietários rurais e opositores políticos, prisões, desterros para a Sibéria e fuzilamentos, foram justificados pelos seguidores do credo vermelho…

Há uma farta literatura denunciando Hitler nas bibliotecas, mas o desumano terror na URSS precisou de uma coragem inaudita de intelectuais que – embora simpáticos ao socialismo – se revoltaram com as ações funestas de Stálin.

De cabeça lembro-me do livro do jornalista brasileiro Oswaldo Peralva, “O Retrato”, que fotografa (usando um trocadilho) o que se passava no seio do partido comunista brasileiro subalterno aos comissários soviéticos; e é emocionante “O Deus Nu”, do grande escritor norte-americano Howard Fast, se auto-criticando por não haver enxergado as calamidades promovidas em nome do socialismo…

Para abrir as mentes e emocionar os corações, acuso os que se calam diante de atrocidades políticas acometidas em nome de qualquer coisa. Esta semana, ouvi no Manhattan Connection uma condenação a Jean Paul Sartre, que se acumpliciou, em nome da ideologia, aos assassinatos cometidos na URSS.

Já tinha conhecimento, através do filósofo inglês Roger Scruton (“Pensadores da Nova Esquerda”) que Sartre, pouco antes de morrer, assumira publicamente suas mentiras sobre a URSS e as atrocidades de que tomou conhecimento quando lá esteve em 1954.

Scruton responsabiliza também como enganadores, os carimbados “marxistas” Gramsci e Lukács, rivais pela maneira de justificar a vala comum dos que foram sacrificados pela “construção do socialismo”. Nada escreveu sobre a “esquerda” brasileira, nem da América Latina, com suas bandeiras descoloridas de fim de festa.

Aqui, e entre os “hermanos”, intelectuais promovidos pelos círculos oficiais ou auto-intitulados, defendem ditadores africanos e governos narco-populistas latino-americanos pela ocultação de cadáveres em nome da “ideologia”. Desde a revolução cubana que levou Fidel Castro ao poder, a violenta repressão em Cuba é aplaudida; e a sórdida caricatura chavista da Venezuela tem a chancela dos pelegos do PT-governo.

Dessa maneira, tristemente, sobrou para as Américas de Jose Marti, Ó Higgins, San Martin, Tiradentes e do próprio Bolívar, a prática de cárcere, torturas e mortes pelo governo Maduro e a marcha totalitária da pelegagem alçada ao poder no vácuo deixado pelas ditaduras militares do Cone Sul.

Registro uma lembrança: há ocultações de cadáveres que eternizam as vítimas, tornando-as cadáveres insepultos. É o caso do promotor Nizman, na Argentina, cuja morte suspeita atraiu a culpa para o Governo Cristina K.. Politizados, 600 mil argentinos realizaram em Buenos Aires um magnífico protesto, a Marcha do Silêncio.

No Brasil da República dos Pelegos, de Lula, José Dirceu e Dilma, um depoente na CPI da Petrobras diz que tem medo de ser morto… Lembrou o cadáver insepulto do prefeito Celso Daniel, cujo assassinato se atribui à cúpula do PT. Não custa lembrá-lo e reverenciá-lo nas manifestações do Dia 15 de Março, em nome da Democracia e da Liberdade.

 

Falta Alguém, dr. Janot

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Eu era adolescente quando o jornalista David Nasser escreveu o livro “Falta Alguém em Nuremberg”, acusando os colaboradores de Hitler e os ditadores fascistas da Europa e América Latina. Como admirador de Nasser, lembrei-me do título “Falta Alguém” na lista dos investigados no esquema de corrupção da Petrobras pela Operação Lava Jato.

Nuremberg, a secular cidade alemã, sediou o tribunal internacional que cumpriu a tarefa de julgar os altos dignitários nazistas, generais e hierarcas do partido, responsáveis por crimes de guerra. Agora, Brasília sediará o julgamento dos bandidos que arrasaram a empresa estatal de petróleo. Espero isenção do STF, como agiu o ministro Joaquim Barbosa na Ação Penal 470, movida pelo Ministério Público contra os mensaleiros.

Joaquim Barbosa, com rara habilidade e decência, completou e preencheu a peça acusatória, condenando à prisão os assaltantes do Erário e do Banco do Brasil para comprar parlamentares corruptíveis em proveito do PT-governo.

Desta vez, no Petrolão, estão investigados 47 políticos com ou sem mandato. Detentores de mandato ficarão no STF, e os outros irão para instâncias inferiores; mas o banco dos réus é um só; tanto faz sentar-se na Alta Corte, como em outros degraus da ordem hierárquica jurídica…

Assim, é bom lembrar ao doutor Janot que no andar de baixo falta alguém. E para encontrar (ou encontrá-los), o fio da meada é o lead da jornalista Josie Jeronimo numa matéria publicada na Veja. Ela escreveu: “Quando, em fevereiro de 2011, Graça Foster assumiu a presidência da Petrobras, analistas de mercado de energia diziam que ela havia herdado do antecessor, José Sérgio Gabrielli, um campo minado”.

Então vamos lá. Gabrielli sucedeu a José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT, exemplo completo do aparelhamento promovido por Lula da Silva ao assumir a presidência da República. Dutra, sem entender lufas de administração empresarial e muito menos de petróleo, foi apenas aplainar o caminho para ocupação da Petrobras pelos “quadros” e “operadores” do partido.

Então começou com Gabrielli, prestigiado por Lula, o esquema de irrigação de dinheiro para as campanhas eleitorais do PT, PP e PMDB, através da nomeação de diretores e conselheiros comprometidos pelo isolamento dos engenheiros e técnicos corretos.

Ascenderam com ele à direção da Petrobras Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque, e o Barusco começou a mostrar a cara… Foram estes “auxiliares” que abriram as trancas para o cartel das empreiteiras que, corrompendo agentes públicos corruptos, explorou a grande jazida de dinheiro vivo.

Registre-se que foi na Era Gabrielli que ocorreram os assaltos nas refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, além do caça-níquel que é o Complexo Petroquímico do RJ (Comperj).

Em 2006, ocorreu a suspeitosa compra da refinaria norte-americana de Pasadena que, segundo o Tribunal de Contas da União, deu um prejuízo de US$ 792,3 milhões. A maracutaia foi negociada por Cerveró e aprovada pelo Conselho presidido por Dilma Rousseff.

Após esses atentados à honestidade, muito ao estilo PT, Gabrielli – com escândalo de Pasadena já denunciado –, foi substituído por Graça Foster em 2012. A mineira de Caratinga foi indicada por Dilma. Eram amigas desde o tempo em que a presidente era secretária de energia no Rio Grande do Sul e ela ocupava a gerência da Petrobras para a implantação do gasoduto Bolívia-Brasil.

As duas são tão íntimas que se tratam carinhosamente de “Dilminha” e de “Gracinha”, ou “Graciosa”, apelidos confirmados por quem privou de reuniões com elas. Esta relação explica o porquê Dilma manteve Graça na presidência da Petrobras por um tempo prejudicial às investigações que ocorriam na empresa.

Estes personagens da tragédia da Petrobras ficaram de fora do pedido de inquirições jurídicas e, embora transparentes, deixam perceber um sujeito oculto. Por isso, é aconselhável que os manifestantes no dia 15 de março, levantem um cartaz “Falta Alguém, dr. Janot”!

 

Sinopses das revistas semanais

Veja

CAPA –  Saiu a lista de Janot! Começa o processo de investigação dos políticos implicados na Operação Lava-Jato.

Época

CAPA –  Agora é com eles: A lista dos políticos acusados de envolvimento no Petrolão foi apenas o primeiro passo. O grande salto rumo a um Brasil melhor cabe aos quatro ministros do Supremo que julgarão o caso.

Exclusivo: Depoimentos inéditos revelam quais são os parlamentares que receberam propina para matar a CPI da Petrobras no Senado.

ISTOÉ

CAPA –  A lista que encolhe o governo: A relação de Janot atinge em cheio a gestão Dilma. Ex-ministros e líderes no Congresso estão no centro do escândalo. Trapalhadas de bastidores e avaliações políticas desastrosas do Planalto às vésperas da divulgação dos nomes abrem crise institucional. Presidentes da Câmara e do Senado declaram guerra ao Executivo, que está cada vez mais isolado.

ISTOÉ Dinheiro

CAPA – Levy no País das armadilhas: O agravamento da crise política faz sua primeira vítima: o plano de ajuste econômico do ministro da Fazenda. O cenário surreal de Brasília agrava as incertezas, leva o dólar a R$ 3 e provoca a reação dos empresários contra o aumento dos juros e dos impostos

Carta Capital

CAPA – A lista de Janot: Sem nomes da oposição e de expoentes do governo, os pedidos de inquérito do procurador-geral empurram a crise política para o Congresso.

O PETROLÃO

Inquéritos contra 49 políticos investigam até propina semanal

Ministro Teori Zavascki, do STF, abre investigações pedidas pela Lava-Jato contra seis partidos. Dos que responderão, 31 são do PP, oito do PT, sete do PMDB, um do PSDB, um do PTB e um do Solidariedade. Para procuradores, corrupção na estatal era sistêmica

Após um dia de muita tensão, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem à noite investigação contra 50 pessoas acusadas no escândalo de corrupção na Petrobras apurado na Lava-Jato, entre elas 49 políticos e um operador, Fernando Baiano. A lista enviada ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, detalha até pagamentos semanais de propina a investigados no esquema e inclui, entre os que responderão a inquérito, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Segundo a acusação, Renan chegou a fazer reuniões em casa para tratar do esquema e “receber valores”. Já Cunha é acusado de achacar empreiteiros. Os dois negam. As investigações autorizadas ontem são baseadas ainda apenas nas delações do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e do doleiro Youssef. Por isso, a maioria dos acusados é do PP (31), seguidos por PT (8) e PMDB (7). O PTB tem o senador Fernando Collor. E há dois nomes da oposição: o senador Antonio Anastasia (PSDB) e Luiz Argôlo (Solidariedade). Não foi aberta ação penal nem feita denúncia. Os políticos ainda serão investigados.

Campanha de Dilma de 2010 será investigada 

O ex-ministro Antonio Palocci será investigado no Paraná, pela acusação de ter intermediado repasse de R$ 2 milhões desviados da Petrobras para campanha de Dilma em 2010.

Pedidos arquivados

O procurador-geral rejeitou pedidos de investigação contra quatro políticos ou ex-políticos. O STF concordou. Não serão investigados: Aécio Neves (PSDB-MG), Henrique Alves (PMDB-RN), Delcídio Amaral (PT-MS) e Alexandre Santos (PMDB-RJ).

Youssef disse que Lula e Dilma sabiam 

Depoimento revelado ontem confirmou que o doleiro disse que Lula e Dilma sabiam do esquema na Petrobras, como publicara a “Veja” antes da eleição. (O GLOBO)

LISTA DE JANOT

Lava Jato atinge 34 parlamentares e campanha de   Dilma em 2010

 

1. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado

2. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara

3. Antonio Anastasia (PSDB-MG), senador e ex-governador

4. Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidente e senador

5. Roseana Sarney (PMDB), ex-governadora do MA

6. Romero Jucá (PMDB-RR), senador

7. Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora e ex-ministra

8. Lindbergh Farias (PT-RJ). senador

9. Humberto Costa (PT-PE), senador e ex-ministro

10. Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro

11. Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal

12. Valdir Raupp (PMDB-RO), senador

13. José Mentor (PT-SP), deputado federal

14. Luiz Fernando Faria (PP-MG), deputado federal

15. Vander Loubet (PT-MS), deputado federal

16. Antonio Palocci (PT-SP), ex-ministro

17. Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-deputado federal

18. Ciro Nogueira (PP-PI), senador

19. Gladson Cameli (PP-AC), senador

20. Nelson Meurer (PP-PR), deputado federal

21. Mário Negromonte (PP-BA), ex-ministro das Cidades

22. Benedito de Lira (PP-AL), senador

23. Arthur Lira (PP-AL), deputado federal

24. Simão Sessim (PP-RJ), deputado federal

25. José Otávio Germano (PP-RS). deputado federal

26. Eduardo da Fonte (PP-PE). deputado federal

27. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deputado federal e ex-ministro

28. Carlos Magno Ramos (PP-RO). ex-deputado federal

29. Dilceu Sperafico (PP-PR), deputado federal

30. Jerônimo Goergen (PP-RS), deputado federal

31. João Leão (PP), vice-governador da BA

32. Luiz Argôlo (SD-BA. ex-PP). ex-deputado federal

33. Sandes Júnior (PP-GO). deputado federal

34. Afonso Hamm (PP-RS), deputado federal

35. José Linhares Ponte (PP-CE). ex-deputado federal

36. José Olímpio (PP-SP), deputado federal

37. Lázaro Botelho Martins (PP-TO). deputado federal

38. Luiz Carlos Heinze (PP-RS), deputado federal

39. Pedro Corrêa (PP-PE). ex-deputado federal

40. Pedro Henry (PP-MT), ex-deputado federal

41. Renato Moiling (PP-RS). deputado federal

42. Roberto Balestra (PP-GO), deputado federal

43. Roberto Britto (PP-BA), deputado federal

44. Vilson Covatti (PP-RS). ex-deputado federal

45. Waldir Maranhão (PP-MA), deputado federal

46. João Alberto Pizzolatti (PP-SC). ex-deputado federal

47. Aline Corrêa(PP-SP), ex-deputada federal

48. Roberto Teixeira (PP-PE), ex-deputado federal

49. Fernando Baiano, lobista

50. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT

 

 

Linguiça Calabresa

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Meu tio João – o mais velho dos irmãos de meu pai –, com sua costumeira irreverência –, dizia que quem gosta de linguiça não deve jamais vê-la sendo feita. É claro que ele não se referia à lingüiça caseira, artesanal, feita com os cuidados de uma avó e uma tia… A feitura da lingüiça comercial visando lucro é horrenda.

Uma mistureba de todo tipo de carne e o toucinho do couro do porco com restos de pelo. Mescla-se tudo numa grande bacia e usa-se tripas de porco ou de boi para involucrar manualmente esses retalhos por um funil. Condimenta-se com alho, canela, coentro, cominho, cravo, erva doce, sal e colorau.

No balcão de embutidos dos supermercados encontramos vários tipos de lingüiça, e uma é especial, a calabresa, pois além de todos os temperos citados, entra também a pimenta do reino preta. Há outra coisa: originou-se da Calábria, a mais antiga região da península que era chamada Itália, por causa de um rei mítico, Ítalo.

A Calábria fica ao sul de Nápoles e é separada geograficamente da Sicília pelo estreito de Messina e, rival da famosa ilha, por causa da sua irmandade ‘Ndrangheta, concorrente da máfia siciliana Cosa Nostra. Não vou me enredar sobre a máfia italiana: Assistam o “Poderoso Chefão” filme de Copolla extraído do romance de Mário Puzo.

A mistura emporcalhada e o tempero da criminalidade lembra-me o PT, saído da bacia das almas para o poder federal, adubando-se e engrossado após afinar-se com os 300 picaretas do Congresso Nacional.

Há um fato curioso na política brasileira: O PT de longe é uma coisa, e internamente outra… Os passantes distraídos não vêem os lulo-petistas enchendo as tripas com as propinas da Petrobras, Telebrás, Infraero e BNDES. Por dentro é uma máfia sem cumprir o código de honra, os “Direitos e Deveres” encontrados com Lo Piccolo…

Uma coisa a Camorra petista cumpre: A “Omertá” mafiosa, o silêncio imposto pelo medo de denunciar, porque arrisca a própria vida e a vida dos familiares. Lembre-se que o PT impôs o seu poder com as mortes de Celso Daniel e Toninho de Campinas, afora os cadáveres ocultos…

A disputa das facções pelo mando no partido é incrível. A História ainda contará como Lula estabeleceu sua liderança como agente duplo do PCB e de Golbery. Um dia ficará esclarecido como José Dirceu – a indiscutível liderança ideológica do partido – foi derrubado da Casa Civil pelo fogo amigo pelo grupo do marido de Dilma e dela própria…

Ainda está meio obscuro na formação do PT, o tratamento diferenciado de Lula isolando Aloísio Mercadante, e prestigiando Gilberto Carvalho. O conteúdo da lingüiça lulo-petista também não explica a ruína da secção pernambucana pelo personalismo do sanguessuga Humberto Costa.

Mais estarrecedor e nefasto é o empurra-empurra dos propineiros do Petrolão; por exemplo, a turma de Dilma dedurou José Sérgio Gabrielli, para afastar as câmeras voltadas para a amiga e parceira Graça Foster. Nenhum dos dois é flor que se cheire, mas a Presidente confiou que cumpririam a “lei do silêncio”…

A toucinhama da Justiça, com o langanho da Advocacia Geral da União e as pelancas viscozas da Procuradoria Geral da República, se mesclaram em conchavos com Dilma, Lula, Cardozão, ministros do STF e Janot, produzindo um lanho de linguiça calabresa que salvou os preferidos…

Salvou-se a própria  Dilma que, presidente do Conselho da Petrobras por ocasião da criminosa compra da Refinaria de Pasadena, ficou livre; e está flanando o bandidão Duque, que comprometeria Lula, mas foi solto por um subalterno do STF a pedido deste.

Restaram os “bois de piranha”: Uns em condições de defender-se, outros, nem tanto, mas têem à disposição a delação premiada… Nós, que não somos recheio de linguiça, nem da máfia petista, vamos às ruas no dia 15 de março, por um Brasil passado a limpo. Empunhemos o auriverde pendão da esperança, arrancando-o de quem o usa para cobrir tanta infâmia, covardia e roubos!

O Poder Invisível

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A rede social dotou o cidadão de uma nova e magnífica ferramenta que     necessariamente subtrai poder ao Estado” (Diego Beas)

Embora as estatísticas pouco informem, não será exagero dizer que 120 milhões de brasileiros navegam no mundo maravilhoso da Internet, visitando sites das redes sociais, Facebook, Twitter, Youtube e outras. São 60% da população.

Internautas, conscientes ou não, formam uma imensa corrente de opinião cujo acesso se multiplica, crescendo com os estímulos da curiosidade, busca de informações, necessidade de se expressar e até carecendo de relacionamento social.

O pessoal do Facebook transita num sistema buliçoso, bem informado, e mantendo uma polêmica viva; e os antigos tuiteiros, como eu, registram a impressionante adesão diária de interlocutores politizados que participam notícias e intervêm nos debates com liberdade e independência.

Este novo campo sócio-político agita-se com a intervenção de políticos com mandatos executivo e legislativo, de porta-vozes de organizações partidárias e dos livre atiradores da contestação. Se fazem presentes apreciações filosóficas, críticas ideológicas, propostas administrativas e legislativas, ilustrações semióticas e charges inteligentes.

O aplauso e a vaia são livres, realçando entrechoques de facções diversas, intervenções ingênuas e o inseparável fanatismo no campo da polêmica. Há uma concepção profissional entre jornalistas de que a web oferece mais liberdade opinativa e mais honestidade porque não tem a exposição que na mídia televisiva expõe diante das câmeras.

Tenho notado pessoalmente que os vendedores de ilusão e os mercenários se perdem nas redes sociais pelas mensagens floreadas não convincentes, quando não pelos ataques pessoais acanalhados. Por isso, sua vida é curta; fuçam um pouco e voltam para onde nunca deveriam ter saído.

Do outro lado, os que exigem transparência das fontes de informação, como um culto à verdade, se impõem… E aumentam o número de admiradores e seguidores, premiados pela máxima de Oscar Wilde: “Se alguém diz a verdade, pode estar certo de que será descoberto, mais cedo ou mais tarde”.

Embora espontaneísta, o poder invisível da rede social supera a importância dos partidos e rebaixa a atuação dos venais representantes dos movimentos sociais apelegados que o PT-governo quer transformar em sovietes pelo famigerado decreto 8243.

Registre-se o empurrão dado na campanha da Ficha Limpa que empolgou o eleitoradoe obrigou deputados e senadores a aprovar, mesmo a contragosto, a iniciativa popular. Não se pode esquecer o apoio dado ao ministro Joaquim Barbosa quando puniu a cúpula do PT, envolvida nas fraudes do Mensalão.

Agora, vive-se a luta contra a impunidade dos ladrões que assaltaram a Petrobras. Está na atuação das redes sociais a maior pressão para se chegar aos responsáveis. É através do Facebook e do Twitter que são divulgadas as delações contra os hierarcas lulo-petistas e aliados envolvidos no escândalo, e estamos chegando muito perto dos maiorais Lula e Dilma.

Somente a ascendência das redes sobre a sociedade, atingindo e influenciando a mídia, e daí chegando aos três poderes da República, poderá barrar a marcha totalitária do lulo-petismo, que já escancarou a existência de um exército paralelo sob um estranho

silêncio das FFAA.

A convocação da manifestação do dia 15 de março contra a corrupção e pelo afastamento de Dilma depende de nós. O poder invisívelda Internet é decisivo para a participação popular na África, na Europa ou no Oriente Médio. Por que não aqui?

Pela mobilização intensa, poderemos impedir novos atentados à Constituição e à Democracia, e exigir uma reforma política que atenda a cidadania, e não remendos para eternizar a influência dos picaretas do Congresso Nacional e do Poder Executivo.

Vamos exercer nosso poder invisível, multiplicando as mensagens, digitando convites e conclamando o povo a seguir o exemplo dos caminhoneiros. Ouçamos a lição do grande Rui Barbosa: “A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade”