Arquivo do mês: novembro 2011
Lee Konitz – Skylark
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Artigo
Strogonoff, bang-bang à italiana e o tiro de Lupi
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Como a minha filha Manuela vem de São Paulo passar o feriadão conosco aqui no Rio, resolvi voltar à cozinha para fazer um strogonoff para ela, que é o prato que mais adora. “Voltar” a cozinha é um acontecimento, embora eu tenha sido um excelente cozinheiro, antes de usarem a palavras “chef”.
Gosto de cozinhar ouvindo música e resolvi escutar um interminável mp3 de músicas dos filmes daqueles westerns macarrônicos que fizeram sucesso entre os fãs do Far West.
Encontrei maravilhas do excelente compositor Ennio Morricone, que aderiu ao arranjo musical cinematográfico e fez trilhas notáveis, e, entre outros, também o álbum “O Melhor do Bang Bang à Italiana”, de Maurice Renet, autor do imortal “O Dólar Furado”.
Entre o trinchar da carne, o cortar das cebolas e as mexidas nas panelas, meu pensamento levou-me ao bang-bang que impera na política nacional, tendo como cenário não um vilarejo do Oeste norte-americano, mas a moderníssima Brasília.
Para mim é lá, na cidade traçada pela insigne dupla Niemayer-Lúcio Costa que se desenrolam os piores filmes classe “C” da política nacional…
É em Brasília, no Distrito Federal, capital da República, que fica o estúdio e os camarins que exibem as descaradas e impudentes armações políticas e os cínicos depoimentos dos seus atores.
Ali, no Planalto Central, assistimos os trailers dos curtas-metragens da derrubada escandalosa de cinco ministros sob suspeita de corrupção, expondo, cada um deles, um descaramento tão vergonhoso que inverte a tragédia republicana em comédia chapliniana. Chanchada de Oscarito e Grande Otelo.
Agora entraram em cena o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. O Ministro é um canastrão, astro improvisado, sem preparo, inoportuno e inconveniente, colocado no cargo por uma súcia de burocratas do Partido Democrático Trabalhista que manobra a política de resultados depois da morte de Brizola.
O outro não. É um ator na mais legítima definição de Fernando Pessoa, “Um homem que sabe fingir”. Vem da mesma escola que o penúltimo ministro a cair, Orlando Silva, que desmoralizou o Ministério do Esporte com uma infinidade de malfeitos e contravenções dirigidos em nome da “causa” defendida pelo seu partido, o PCdoB.
Agnelo é o desmentido mais veemente da correção do pobre e ignorante eleitorado brasiliense que o elegeu pensando em punir os maus políticos que se sucederam no governo do DF. O episódio da sua eleição trouxe debaixo dos panos a ajuda de lobbies que se aproveitaram de sua passagem na ANVISA.
As denúncias saíram agora, numa confusão de compra e venda de lobista que primeiro afirmou e apresentou documento dizendo ter pago, em 2008, propina de R$ 50 mil a Agnelo em troca de autorização à empresa de setor farmacêutico para participar de licitações. Essa empresa doou depois, para a campanha eleitoral, R$ 200 mil.
Diante da acusação, Agnelo fala que o valor depositado em sua conta tratava-se da “devolução de quantia concedida em empréstimo à referida pessoa”. Não diz o como e o porquê do empréstimo.
O roteiro original se inspirou certamente do domínio do Poder Central por um grupo de arrivistas que conquistaram a presidência da República por um estelionato eleitoral e se mantém graças ao amoralismo que transformou o Ministério em capitanias partidárias, verdadeiros feudos com faculdade de distribuir o dinheiro público como lhes aprouver.
Dói na consciência dos patriotas brasileiros verem que em paralelo aos crimes contra o Erário, a nacionalidade é agredida por uma crise econômica, política e ambiental, que põe em risco o futuro nacional.
Para fugir ao mergulho inconsciente numa crise psicológica – existencial – que amargura os espíritos lúcidos deste País lamentando o caso Agnelo Queiroz, o melhor é fazer strogonoff, ouvir o bang-bang à italiana e rir – rir muito – do “tiro” de Carlos Lupi.
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A hora da UPP da Rocinha
Secretário diz que, pacífica ou não, ocupação, amanhã, será definitiva
Às vésperas da ocupação das favelas da Rocinha e do Vidigal, pondo fim a décadas de domínio do tráfico armado e abrindo caminho para a implantação da 19ª UPP da cidade, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse ontem que a polícia está preparada para o confronto, caso seja necessário, e pediu que os moradores tomem cuidado: “A gente nunca sabe o que o bandido vai fazer. Estamos prontos para o que tiver que acontecer. Se não tiver confronto, melhor para todos nós. Esperamos que seja pacífico.” Todos os acessos às duas favelas amanhecerão fechados pelo Batalhão de Choque e por 18 blindados da Marinha, enquanto o Bope entrará pelas matas. O feriadão evitou que moradores de São Conrado e Gávea tivessem que sair às pressas de casa, com medo de um confronto.
Os que dizem não à corrupção
O segundo-tenente da PM Ronald Cadar e o primeiro-tenente Disraeli Gomes, que prenderam o traficante Nem, da Rocinha, recusando propina de R$ 1 milhão, foram elogiados pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que os considerou exemplo para a polícia e as famílias. Os dois policiais receberam também o apoio dos colegas de farda. (O Globo)
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Desaceleração faz governo aliviar restrição ao crédito
Bancos terão margem maior para financiamento e pagamento mínimo do cartão não será reajustado
O Banco Central anunciou ontem medidas para estimular o consumo no final deste ano e evitar que a economia sofra uma forte desaceleração. Será reduzido o volume de dinheiro que os bancos precisam manter reservado para fazer empréstimos de curto prazo. Com isso, abre-se espaço para aumentar os financiamentos de até 60 meses. O governo também desistiu de elevar o pagamento mínimo de cartão de crédito, que passaria de 15% para 20% do valor da fatura em dezembro. Ao retirar parte das travas impostas no final do ano passado ao crédito, o BC segue a estratégia definida pela Fazenda para enfrentar a perspectiva de um longo período de deterioração da economia mundial. (Estadão)
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Chamadas de 1ª página_12.nov.11
O GLOBO – Dólar faz lucro da Petrobras cair 42%
FOLHA DE SP – Datafolha: o Pará, 58% rejeitam dividir Estado em três
ESTADÃO – PT anuncia Haddad como pré-candidato e critica Kassab
CORREIO BRAZILIENSE – Funcionário do MEC é sócio de vencedor de licitações
ESTADO DE MINAS – Em Brasília, Lupi recebeu diárias de viagem
JORNAL DO COMMERCIO – Governo adota medidas para facilitar crédito
ZERO HORA – Governo diminui restrições ao crédito
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Django Reinhardt – Paris Blues
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Jerry Mulligan -Theme For Jobim
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Artigo
Ficha Limpa para ministros evitaria escândalos
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Ao contrário dos mancheteiros de escândalos, não me alegra o noticiário sobre a roubalheira generalizada na administração pública, obrigando-nos a ressuscitar uma expressão do jornalista Carlos Lacerda: um verdadeiro mar de lama.
Devo, entretanto – e devemos todos, em minha opinião – constatar que com os feudos partidários ministeriais dos aliados do PT-governo, não surpreendem quando uma reportagem investigativa da chamada “grande imprensa” descobre rapinas, bandos de gatunos, subornos, propinas, enfim, o cenário criminoso que se instalou no PT-governo.
Entre os cinco ministros já afastados sob suspeitas de corrupção, e um sexto balançando sôfrego para não cair, nenhum deles é culpado, de acordo com os próprios. Todos se dizem inocentes e, os mais audaciosos, imitam o ícone da depravação, Lula da Silva, dizendo que “não sabia de nada”.
Neste quadro surrealista, o estranho é constatar que os processos penais inexistem, as ONGs prosseguem fazendo convênios, os feudos ministeriais continuam nas mãos dos partidos e, para uma massa ideologicamente corrompida, não existem corruptos nem corruptores.
Os eternos aproveitadores, carreiristas e oportunistas se infiltram entre militantes (ainda) crédulos, empregando esforços para manter a situação e as condições propícias para a prática das ilegalidades. Foi o que se viu na troca de comando do Ministério do Turismo, a militância ideologicamente corrompida, ovacionou o ministro derrubado por suspeição, economizando aplausos para o que assumiu, ainda descomprometido com as maracutaias provadas e comprovadas.
Institucionalmente, os esquemas de propinas e extorsão das ONGs e Ocips conveniadas com órgãos governamentais, não interrompem o processamento das atividades criminosas. Elas subsistem pelo vácuo dos governos incompetentes, aplicando o velho conto do vigário de criar dificuldades para vender facilidades. E confiam na impunidade reinante.
O povo – sábio – viu que uma das maneiras eficazes de combater esse mal seria uma legislação para impedir criminosos e contraventores candidatar-se a cargos eletivos e/ou ser nomeados para cargos executivos. Assim surgiu a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular.
Ocorre que como as pedras que rolam na estrada, ainda não foi usada na construção de um País livre da corrupção. O exemplo ocorreu a pouco no Supremo Tribunal Federal, onde os meritíssimos juízes se enrolaram em discursos vazios e terminaram por adiar o pronunciamento constitucional para sancionar a Lei.
O relator, ministro Luiz Fux, intercalou, segundo especialistas, algumas brechas que facilitarão a saída elegante dos ficha-sujas, uma das quais só os torna inelegíveis se renunciarem aos mandatos após a instauração do processo de cassação.
Essa apreciação que o STF julga é uma das três ações impetradas sobre o tema, sendo a mais badalada a da OAB, que pede a legalidade de todos os pontos da Lei e que ela seja aplicada já nas eleições municipais de 2012.
Outra ação é mais restrita. A Confederação Nacional das Profissões Liberais pede a inconstitucionalidade de um parágrafo da Lei da Ficha Limpa que torna inelegíveis os excluídos do exercício profissional por decisão do órgão competente por infração ético-profissional.
Enfim, a perspectiva dos milhões de eleitores que se mobilizaram para aprovar a Lei da Ficha Limpa é que ela se torne rapidamente um fundamento da nossa Democracia, contra a corrupção e a impunidade. E não queremos que esse instrumento saneador fique restrito ao sistema eleitoral.
A esperança é a abrangência para todas as funções públicas, principalmente para os ocupantes de cargo de confiança dos chefes dos poderes executivos, das mesas do Congresso e das presidências do tribunais e órgãos judiciários.
Enfim, não bóia no mar da Utopia pretender o controle social da República através da Lei da Ficha Limpa. Se os ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, e diretores de empresas estatais, fossem nomeados sob o seu crivo, a maioria dos escândalos atuais seriam evitados.
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Chamadas de 1ª página
O GLOBO – Nem diz que metade do caixa do tráfico era para policiais
FOLHA DE SP – Lupi ajudou ONG de colega do PDT investigada pela PF
ESTADÃO – Planalto atua em ofensiva para blindar governador Agnelo
CORREIO BRAZILIENSE – MEC recua e suspende contratos suspeitos
VALOR ECONÔMICO – UNE é marginalizada nas manifestações estudantis
ESTADO DE MINAS – Educação suspende contratos suspeitos
JORNAL DO COMMERCIO – PF apreende documentos de ONG suspeita de desvio de verbas no Esporte
ZERO HORA – “Coalizão não precisa ser sinônimo de corrupção”
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Joe Henderson Quartet – Blue Bossa
http://youtu.be/lKEEVECH58Q
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