Arquivo do mês: fevereiro 2010

Diego Rivera

Pintor mexicano (8/12/1886-25/11/1957). Um dos muralistas mais importantes de seu país. Nasce em Guanajuato e estuda na Academia de Belas-Artes de San Carlos até 1902, quando é expulso por participar de uma greve de estudantes.

The Flower Carrier

Reconhecido por seu talento em 1907, ganha uma bolsa do governo para estudar na Europa. Retorna ao México somente 14 anos depois, já famoso. A pedido de Álvaro Obregón, recém-eleito presidente da República, pinta murais na Escola Preparatória Nacional e no Ministério da Educação.

Nos anos seguintes, desagrada a gregos e troianos com seu estilo, que mescla a propaganda revolucionária com os tons do simbolismo asteca e bizantino. O mural Homem na Encruzilhada (1933), feito para o Rockefeller Center de Nova York, é recusado porque um dos operários retratados tem o rosto muito parecido com o de Lênin.

O pintor acaba remontando a obra no Palácio de Belas-Artes, na Cidade do México. Os representantes do lado oposto do espectro político, ou seja, os líderes do Partido Comunista Mexicano, recusam a parceria de Rivera na militância por ele não incorporar em sua pintura a estética do socialismo realista.

Em 1929 casa-se com a artista plástica mexicana Frida Kahlo. Nesse mesmo ano, inicia o mural no qual pretende contar a história de seu país, a ser exposto no Palácio Nacional, que deixa inacabado ao morrer, 28 anos depois.

A história secreta da restrição à web-2010

Decisão de restringir debates na internet foi mantida em sigilo para passar na surdina na Câmara

 Houve uma intenção deliberada de esconder da mídia o que seria exatamente votado sobre a lei eleitoral na Câmara na noite de ontem (16.set.2009). Os deputados queriam equiparar de maneira irregovável a web à TV e ao rádio no que diz respeito à realização de debates –no mínimo. Esconderam essa decisão o quanto puderam para que o assunto não vazasse para a blogosfera e contaminasse os telejornais do início da noite.

A estratégia foi um sucesso absoluto. O “Jornal Nacional”, da TV Globo, e vários sites na web, inclusive o UOL, passaram a dizer que a Câmara iria garantir a liberdade na internet –porque era essa a versão oficial no Congresso. O relator do tema na Câmara, Flávio Dino (PC do B-MA), alardeava pelo salão verde da Casa que tudo estaria liberado. Não era verdade.

Ao final da reunião de líderes que selou o acordo para a votação, no fim da tarde de ontem, os deputados anunciaram que aceitariam integralmente as 4 emendas do Senado liberando a internet. O artigo 57-D do Senado, onde constava a liberdade da web, seria totalmente acatado pelos deputados. Já as regras para debates impostas pelo Senado seriam derrubadas.

Não foi o que aconteceu. No seu relatório, Dino retomou o seguinte parágrafo do texto original da Câmara:

“§ 1º É facultada às empresas de comunicação social e aos provedores a veiculação na internet de debates sobre eleições, observado o disposto no art. 46.”

O artigo 46 da lei 9.504 é onde se encontram as restrições para TV e Rádio. Ou seja, a necessidade de chamar aos debates no mínimo dois terços do total de candidatos.

Se a equiparação à TV existe para debates, muitos políticos pelo país passarão também a exigir na Justiça Eleitoral que os portais, sites e blogs apliquem a mesma regra de equanimidade para entrevistas. Como há um vácuo jurídico a respeito, muitos juízes eleitorais podem facilmente conceder liminares favoráveis aos políticos nas eleições do ano que vem.

A existência destas restrições foi anunciada ao UOL por Flávio Dino quando a votação já estava quase no fim. Até ali, o deputado ACM Neto (DEM-BA), braço direito de Dino na elaboração da proposta, dizia que não haveriam restrições aos debates. ACM Neto não estava falando a verdade.

Descoberta a manobra, o UOL procurou os líderes da Câmara. Encontrou-os em um estado misto de ignorância e má-fé.

O líder tucano, José Anibal (PSDB-SP), chamou de “malandragem” a manobra de Dino. Não teria sido o acertado na reunião “confusa e apressada” que selou o acordo.

O líder dos Democratas, Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse no plenário que as restrições aos debates já estavam acertadas entre os líderes e deveriam ser aprovadas. Porém, o goiano havia negado a existência de restrições aos debates um pouco antes, ao final da reunião de líderes.

Cândidao Vaccarezza (PT-SP) parecia não entender o que acontecia. Perguntava onde estava essa “tal restrição à internet nos debates”.

Artífice da manobra, Flávio Dino foi mudando sua atitude ao longo do dia. Durante a tarde, não queria ser responsável pelos males da proposta. Procurado para comentar, dizia: “O papel do relator é construir maioria, não é dar opinião”. No final da votação, esqueceu o que havia dito anteriormente. Dava  opiniões abertamente, protestando contra seus opositores. “Isso não é uma restrição. Estamos preservando liberdade e o direito de uma minoria”. A blogosfera toda, ainda sem entender estava dando que a internet seria liberada. Os telejornais também tinham sido engambelados e falavam em liberdade na web.

Dino quis, e conseguiu, ganhar nas duas pontas: 1) restringir o que fosse possível na web e 2) passar uma imagem pública de alguém que estava liberando a web.

Em geral, dizia que a lei atual já era restritiva. Sim, mas agora continuou a haver restrição.

Mesmo o caput (introdução) do artigo que fala em liberdade para a web há uma frase sem o menor sentido: “É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores –internet”.

É bonito vedar o anonimato. Ninguém aprecia os comentários vitriólicos de pessoas que se escondem atrás de e-mails falsos. Esse é um ponto. Mas como resolvê-lo? Na web, só duas hipóteses: acabar com a interatividade e eliminar os comentários.

Sim, porque é absolutamente inviável que portais, sites e blogs possam assegurar a veracidade de quem escreve comentários. Há como fazer alguma moderação, retirando palavrões. Mas e como fazer se algum internauta, com e-mail falso, criticar durante o candidato do PT ou do PSDB, apresentando apenas argumentos sólidos, políticos? Algum candidato pode se sentir ofendido, processar o portal e não haverá como descobrir o autor. Para não pagar esse preço, empresas sérias de internet podem simplesmente optar por proibir de uma vez os comentários apensados por leitores em sites e blogs. Acaba uma das melhores partes da web, a sua possibilidade de interação.

O atual Congresso, com essa pequena frase, bonita, “vedado o anonimato durante a campanha eleitoral”, será o responsável por calar a web brasileira –pelo menos, o sites e portais sérios com sede no país.

Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, patrocinou a votação apressada da proposta de lei eleitoral ontem. O texto chegou do Senado para a Câmara apenas às 19h01. Às 20h38, a matéria já estava em votação no plenário. Às 23h10 o presidente encerrou a votação dizendo que aquela foi “uma noite muito próspera para o Parlamento”.

Foi uma noite muito próspera para o Parlamento, já que a divergência só faz alimentar a grandeza desta Casa.

De modo que quero cumprimentar o Deputado Flávio Dino, todos os que trabalharam nesse comissão, representantes de todos os partidos.

Quero agradecer ao Senado Federal que, por meio do Presidente Sarney, mandou o projeto rapidamente para cá, em face de um telefonema do Deputado Marco Maia, em menos de meia hora.

Quero agradecer também aos Líderes, que se reuniram e chegaram a um consenso que nos permitiu, depois de muito tempo, elaborar uma lei eleitoral substitutiva das tradicionais resoluções do TSE.

Fonte: Fernando Rodrigues

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Marchinhas de Carnaval

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Monólogo eleitoral – Guilherme Fiúza comenta

Sociólogos, jornalistas, cientistas políticos, marqueteiros e todos os que têm explicado a largada da corrida presidencial estão convidados a tirar férias até novembro. A realidade nunca foi tão mal embrulhada pela teoria.

No que Dilma Rousseff apareceu em empate técnico com José Serra, segundo a última pesquisa, já surgiu nova tese aberrante. Diz ela, basicamente, que a culpa é do Serra.

A hesitação do candidato tucano está prejudicando a oposição, dizem os analistas. Enquanto Serra se esconde, Dilma faz campanha sozinha. Por isso ela chegou ao empate, concluem.

É a conta de chegar mais fajuta dos últimos tempos. O tipo de explicação que maltrata o bom senso. Se Serra estivesse no palanque presidencial, batendo a céu aberto em Lula e em Dilma, os índices das pesquisas estariam no mesmo lugar em que estão. E essa mesma corrente de análise estaria cravando que o tucano perdeu terreno porque se precipitou.

Não há nada que Serra possa fazer. Aliás, o que não pode fazer é bater em Lula. O filho do Brasil é sagrado, está a meio caminho da canonização. Chutar imagem de santo é o caminho mais rápido para o suicídio político.

Lula está há mais de ano em campanha aberta, gritando de comício em comício que Dilma é a sua imagem e semelhança de saia. Ou seja: bater em Dilma é complicado também. Não porque ela é mulher. Porque ela é Lula.

Assim se inicia a corrida eleitoral de 2010: no campo da divindade. A pretensa racionalidade dos analistas, tentando explicar as pesquisas com (maus) argumentos terrenos, é de dar dó.

Serra vai aparecer como candidato em março, e lá para junho vai começar a bater o tambor para valer. Não há outro script possível. E mesmo assim, não vai poder voar no pescoço da adversária de proveta. Terá que ficar esperando as gafes, vocação principal dela.

Naturalmente, a assessoria de Dilma procurará mantê-la calada. Só dando pinta à sombra de Lula, com textinhos decorados na TV. Serra será quase um espectador, botando fé em que uma personagem destemperada e mentirosa não consiga atravessar meses de campanha sem arranhar o verniz da propaganda.

Os entendidos estão dizendo por aí que Ciro Gomes é o fiel da balança eleitoral. Estão mesmo precisando de férias. O fator que deveria estar chamando a atenção se chama Antônio Palocci. Lula decidiu botá-lo na cola de Dilma.

Se o ex-ministro da Fazenda não for sabotado por Top Garcia e demais representantes do chavismo desvairado, o pastel de vento Dilma Rousseff pode até ganhar algum recheio.

Seria uma boa notícia para o Brasil. E a tarefa da oposição ficaria um pouco mais próxima do impossível.

 

Fonte: Guilherme Fiúza

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Poesia

Que é – simpatia 

 

Simpatia – é o sentimento

Que nasce num só momento,

Sincero, no coração;

São dois olhares acesos

Bem juntos, unidos, presos

Numa mágica atração.

 

 Simpatia – são dois galhos

Banhados de bons orvalhos

Nas mangueiras do jardim;

Bem longe às vezes nascidos,

Mas que se juntam crescidos

E que se abraçam por fim.

 

São duas almas bem gêmeas

Que riem no mesmo riso,

Que choram nos mesmos ais;

São vozes de dois amantes,

Duas liras semelhantes,

Ou dois poemas iguais.

 

Simpatia – meu anjinho,

É o canto de passarinho,

É o doce aroma da flor;

São nuvens dum céu d’agosto

É o que m’inspira teu rosto…

– Simpatia – é quase amor!

 

Casimiro de Abreu

Nasceu no município de Capivari, na Fazenda da Prata (RJ). Passou sua infância em Nova Friburgo.

 Boêmio, seu pai que não aprovava suas atividades literárias, obrigou-o a trabalhar no comércio. Aos 17 anos publicou um prosa um drama: Camões e O Jaú. Com 20 anos seu livro “As Primaveras” foi realmente importante para nossa literatura. Neste livro em um dos poemas “Meus oito anos” conta com meiguice e leveza a história de sua infância.

 Tuberculoso, volta para Nova Friburgo onde, precocemente aos 22 anos, faleceu.

 É um dos patronos da Academia Brasileira de Letras.

Bolsa cai 4,7%, na pior pontuação em 3 meses; dólar vai a R$ 1,883

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte queda nesta quinta-feira, perdendo 4,73%, aos 63.934,01 pontos. É o menor nível de pontos em três meses, desde 4 de novembro, quando marcou 63.912,57 pontos. Em pouco mais de um mês, a Bolsa já perde quase 7%.

A cotação do dólar comercial encerrou com alta expressiva de 2,12%, a R$ 1,883 na venda. No ano, a moeda acumula valorização de 8,03%.

Os investidores estão preocupados com a situação da Espanha e de Portugal. Os dois países têm graves problemas orçamentários, como uma dívida e um déficit públicos em forte alta, o que faz muitos identificarem semelhanças entre sua situação e a da Grécia, que vem preocupando a zona do euro há semanas.

Além das situação dos países europeus, aumentaram os receios sobre a própria economia americana. Nesta manhã, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos revelou que os novos pedidos de seguro-desemprego no país ficaram em 480 mil na semana terminada em 30 de janeiro, uma alta de 8.000 em relação à marca anterior de 472 mil, revista. Os dados frustraram as estimativas do mercado.

Na média das quatro últimas semanas, houve elevação de 11,750 mil, para 468,750 mil solicitações. A média anterior, revisada, era 457 mil.

Para o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, também contribuiu para o clima negativo dos negócios a possibilidade de reclassificação de crédito soberano dos Estados Unidos, pela Moody’s, e o rebaixamento da classificação do crédito de longo prazo da Berkshire Hathaway, pertencente ao investidor Warren Buffett, pela Standard & Poor’s.

No Brasil, a poupança registrou captação líquida de R$ 2,619 bilhões em janeiro. O resultado é o melhor desde janeiro de 1997, quando houve captação de R$ 3,512 bilhões.

A produção de veículos no Brasil em janeiro cresceu 31,6% em relação a igual período de 2009.  As vendas de veículos, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em janeiro recuaram 27,2% sobre dezembro, para 213,3 mil unidades,

O Banco Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 5,508 bilhões em 2009, o que representa um crescimento de 40,8% frente ao verificado em 2008. As receitas, por sua vez, subiram 19,6%, para R$ 31,279 bilhões. A carteira de crédito cresceu 1,7% na comparação anual, encerrando o ano passado com R$ 138,3 bilhões.

Fonte: AFP/Reuters/Uol Notícias

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acharge.com.br/César

Marchinhas de Carnaval – Lamartine Babo

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NEM MITO NEM SANTO

Por Carlos Chagas

 Até que enfim um diagnóstico sereno, justo e necessário sobre o presidente Lula. Seu autor foi o deputado Ciro Gomes, em conversa com a jornalista Cristiana Lobo.

Ao anunciar que mantém sua  candidatura à presidência da República, Ciro reafirmou-se “um aliado indiscutível de Lula”, que continua tratando como um líder político, jamais como um mito, um santo ou alguém inquestionável. Deu um exemplo ao dizer que discorda da avaliação do presidente quanto ao processo sucessório. Ao contrário dele, sustenta   a existência de mais de um candidato saído do bloco governista como a melhor solução.  

Ciro acrescentou não receber recados do Lula, “porque conversa diretamente com ele”. Combinaram encontrar-se em março. Pretende manter sua candidatura “até quando der”, ou seja,  o dia 4 de outubro, quando da realização das eleições.

Seria bom se  o PT raciocinasse como o ex-ministro e ex-governador. Menos na questão das duas candidaturas, mais na evidência de que o Lula não é um mito, nem um santo, muito  menos inquestionável. Bom para o partido, bom para o país e, acima de tudo, bom para o próprio Lula.

É perigoso imaginar o presidente como acima do bem e do mal, guia genial do povos e todo-poderoso condutor dos destinos nacionais. As tempestades começam assim.   Uns por interesse, outros por ingenuidade, faz tempo que os companheiros  levaram seu chefe  para o altar. No passado, essa prática não deu certo, fosse com Getúlio Vargas, fosse com o general Garrastazu  Médici. Resta saber se o vírus já inoculou o paciente atual.

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Comentário do dia_01/02

" Vamos inaugurar tanta obra que eles vão ficar doidos"

Presidente Lula, garantindo que continuará a inauguração incessante de obras
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