Arquivo do mês: janeiro 2010

Paulinho da Viola – Timoneiro

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Paulo César Batista de Faria ou Paulinho da Viola (12 de Novembro de 1942, Rio de Janeiro) é violonista e compositor brasileiro, filho do violonista César Faria do conjunto de choro Época de Ouro.

Tem destaque como músico de samba, mas também compõe choros e é tido como representante da chamada Música Popular Brasileira.

Paulinho da Viola cresceu num ambiente naturalmente musical. Na sua infância em Botafogo, bairro tradicional da zona sul do Rio de Janeiro onde nasceu em 12 de novembro de 1942, teve contado constante com a música através do pai, violonista integrante do conjunto Época de Ouro. Nos ensaios familiares do conjunto, Paulinho conheceu Jacob do Bandolim e Pixinguinha, entre muitos outros músicos que se reuniam para fazer choro e eventualmente cantar valsas e sambas de diferentes épocas.

Ao longo dos anos 70, Paulinho gravou em média um disco por ano, ganhou diversos prêmios e se apresentou por diversas cidades no Brasil e no mundo. Já nos anos 80, gravou mais quatros discos e manteve-se como um dos principais nomes do samba no país. Nos anos 90, entrou numa nova fase, onde a imprensa e os críticos passaram a vê-lo como um músico mais sofisticado e maduro. Mesmo sem perder seu apelo popular, Paulinho gravou um de seus mais importantes trabalhos, Bebadosamba e montou o espetáculo homônimo.

O trabalho de Paulinho hoje é visto como um elo entre diversas tradições populares como o samba, o carnaval e o choro, além de suas incursões em composições para violão e peças de vanguarda. Um dos maiores representantes do samba e herdeiro do legado de músicos como Cartola, Candeia e Nelson Cavaquinho mostra que está sempre se renovando e produzindo sem abandonar seus princípios e valores estéticos.

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Tragédia haitiana

Novo terremoto atinge Haiti e interrompe busca por sobreviventes

Uma forte réplica –tremores de menor intensidade que seguem um terremoto– de magnitude 4,5 atingiu neste sábado a capital do Haiti, Porto Príncipe, interrompendo os esforços de busca pelas vítimas do terremoto de magnitude 7 que atingiu a cidade na terça-feira (12). Não há informações sobre novos desabamentos ou vítimas causadas pela réplica.

Caos no Haiti atrasa retorno de corpos de militares brasileiros

O subchefe de Controle do Estado Maior da Defesa, Paulo Zuccaro, descartou a possibilidade, cogitada anteriormente, de os corpos dos 14 militares brasileiros mortos no Haiti chegarem amanhã (17) ao Brasil.

De acordo com Zuccaro, o Brasil enviará hoje uma equipe de legistas para o país que examinarão os corpos, mas que a liberação depende também da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo o militar, os corpos se encontram “adequadamente preservados”.

Associated Press/Folha Online
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Admiradores na expectativa

 Zé Celso Martinez deve ser operado na segunda-feira

O diretor do Teatro Oficina, José Celso Martinez Corrêa, 72, deve ser operado na segunda feira (18) para implantação de marca-passo, segundo boletim médico emitido hoje pelo Hospital Sírio Libanês. Zé Celso está internado desde o começo da semana, depois de ter sofrido dois desmaios durante viagem de férias ao Piauí e retornado a São Paulo, onde exames detectaram uma arritmia cardíaca

Uol
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Despedida de Zilda Arns

Corpo de Zilda Arns é enterrado no cemitério Água Verde, em Curitiba

O corpo da médica sanitarista Zilda Arns foi enterrado por volta das 17h deste sábado no cemitério Água Verde, em Curitiba. Fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns morreu na última terça-feira (12) no terremoto de 7 graus de magnitude que atingiu o Haiti.

A cerimônia do enterro foi restrita aos familiares. Durante o cortejo pelas ruas de Curitiba, o corpo de Zilda foi aplaudido. Pessoas estenderam faixas com de carinho durante o trajeto de 7 quilômetros do Palácio das Araucárias ao cemitério. Escoltado por 20 batedores, o cortejo levou meia hora para chegar ao local do sepultamento.

Às 14h deste sábado, uma missa de corpo presente da médica foi celebrada pelo presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Lyrio, no Palácio das Araucárias, sede do governo paranaense. Cerca de 400 pessoas acompanharam a missa.

Agência Brasil/Folha Online
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Lula, o cartola

Trecho do livro “Por que não desisto”  de Juca Kfouri, lançado pela Editora Disal, em 2009, e organizado pelo jornalista Márcio Kroehn. 

 

Lula, o cartola

 

Três importantes medidas sancionadas no governo Lula envolvem diretamente o futebol. O Estatuto do Torcedor e a Lei de Moralização do Futebol fizeram parte dos primeiros meses de mandato do presidente. A última, a nova loteria esportiva, aconteceu meses antes da reeleição de Lula para um segundo tempo à frente da Presidência da República.

Às vésperas da assinatura das duas primeiras leis do governo Lula (o Estatuto do Torcedor e a chamada Lei da Moralização do Futebol) recebi um telefonema do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Ele queria saber se eu iria à cerimônia, no Palácio do Planalto. Respondi que não. E ouvi dele que o presidente ficaria feliz se eu fosse. Fui.

Surpreso, ouvi o presidente, na abertura de seu discurso, dizer textualmente: “Nunca mais quero ouvir o Juca Kfouri dizer que no Brasil o torcedor é tratado como gado.” E, no fecho, o ouvi dizer, não me recordo exatamente das palavras, que a minha presença ali significava um desagravo a todos os jornalistas que foram “perseguidos e processados” por lutar por um esporte limpo no Brasil.

Era um Lula alegre, leve e solto. Estávamos em maio de 2003 e, admito, ingenuamente, voltei para São Paulo feliz da vida.

Poucos anos depois, pouca coisa mudou. Os torcedores continuam a ser tratados como gado e o nosso esporte é tão sujo como então. Mas, sem dúvida, uma mudança houve e foi radical, estridente, calamitosa, escandalosa, brutal: Lula virou cartola de futebol.

Um Lula rancoroso e com a má consciência de quem, enfim, mergulhou seu governo na vala comum dos que o antecederam.

A ponto de inocentar os cartolas da CBF e dos clubes e afirmar que a culpa do estado de coisas em nosso futebol é nossa, de todos.

Que ele não queira assumir responsabilidades que são dele é compreensível porque, afinal, nunca soube de nada, nunca viu nada, nunca fez nada. Mas dividir culpas que têm endereço certo com quem nada tem a ver com isso é demais.

Na cerimônia de assinatura da Timemania, entre outras pérolas, Lula perguntou e respondeu: “Como é que a Espanha chegou ao que chegou? Como é que a Itália chegou aonde chegou? Dizer: “Mas, no Brasil, é porque os dirigentes não são honestos”, é a coisa mais simples, é você jogar a pecha de desonesto em cima de alguém. A Itália, que é esse monstro sagrado do futebol, que já está quase perto do Brasil na conquista de Copas do Mundo, todo dia a gente tem uma denúncia no jornal, entretanto, o futebol não perde o profissionalismo.” Pois é, presidente.

Na Itália, time cai por causa da desonestidade. Na Espanha, cartola é preso pelo mesmo motivo.

Aqui, seu discurso está sendo aplaudido de pé por Edmundo Santos Silva, ex-cartola impune do Flamengo, aquele que reconheceu na CPI do Futebol que não era um “criminoso comum”.

E Alberto Dualib, o presidente do seu Corinthians, só não esteve de corpo presente para também aplaudi-lo porque negocia em Londres com a máfia russa para trazer mais dinheiro e cobrir os rombos de sua danosa gestão.

Foi para essa gente que está criada a Timemania, sem nenhuma contrapartida que exija mudança estrutural no modelo de gestão ou na responsabilização individual dos cartolas.

“Eu sei que tem muita gente que faz crítica, tem muita gente que fala em clube-empresa com uma facilidade, é tudo muito fácil na teoria”, discursou Lula, diante da concordância agora entusiasmada de Mustafá Contursi, eminência parda do Clube dos 13 e responsável pelo rebaixamento do gigante Palmeiras tempos atrás.

Mas, mais do que isso: cartola que só não criou uma empresa sua para ficar com o Palmeiras porque a “Folha” descobriu e denunciou. Meu raro leitor: fique você sem pagar seus impostos.

Quem sabe o governo não lhe dê uma loteria para pagá-los?

 

(Publicado na “Folha de S.Paulo” de 17/09/2006)

Blog-Jornalismo_Noticiário

Jobim trata como mortos militares brasileiros desaparecidos no Haiti  =  Segundo a TV Globo, assim que desembarcou no Brasil, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que ficou chocado com a situação do Haiti. Ele informou que os corpos dos militares mortos no terremoto chegam amanhã e, ao contrário do Exército, que considera quatro militares como desaparecidos, Jobim acredita que eles estejam mortos.

Corruptos “alugam” de máquina do governo = Mesmo com grande parte de Porto Príncipe sob escombros, há poucas máquinas auxiliando nos resgates. Funcionários do Ministério do Planejamento pagaram US$ 5 mil pelo serviço de uma retroescavadeira, embora o equipamento pertença ao Ministério de Obras Públicas.

Lula: parte do decreto pode ficar no papel = O presidente Lula disse que o Planalto não é obrigado a implantar todo o programa de direitos humanos. “Parte pode ser transformada em lei, a outra parte fica no programa”. Afirmou que não haverá caça às bruxas, mas tentativa de localizar desaparecidos.

Dilma reage a Serra e quer comparar Lula e FHC = Para a ministra Dilma Rousseff (PT), “quem não quer discutir o momento Lula é porque se incomoda com as comparações”. A declaração é uma reação ao governador, José Serra (PSDB), seu provável adversário na eleição presidencial, que pretende “apontar as coisas para o futuro” durante a campanha.

Delegados são investigados em caso de fraude em SP = Quatro delegados são investigados sob suspeita de prevaricação e dispensa de licitação para controlar sistemas de informática do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo..

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Adeus à heroína

Milhares de pessoas no velório de D. Zilda

No Palácio das Araucárias, em Curitiba, milhares de pessoas fizeram longas filas durante todo o dia no velório da médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança. O presidente Lula chegou à noite, com a ministra Dilma Rousseff, e lembrou que dona Zilda “era uma pessoa decidida, que não se arrependia de nada do que fazia”. Em são Paulo, também sob forte emoção, desembarcaram 16 dos 25 militares brasileiros feridos no terremoto. Dois desceram do avião da FAB em macas, e dois em cadeira de rodas.

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A tragédia do Haiti

Países assumem controle da infraestrutura do Haiti

Diante da fragilidade do Estado no Haiti, as equipes estrangeiras estão assumindo o controle da infraestrutura do país, na tentativa de começar a oferecer os serviços básicos à população. Brasileiros, espanhóis e franceses dividem com os EUA a tarefa de resgate às vítimas. Mais numerosos, os americanos tomaram para si também a responsabilidade do controle do tráfego aéreo e da manutenção da segurança pública – até segunda-feira chegam 10 mil soldados americanos ao país.

Barril de pólvora

A pressão dos sobreviventes do terremoto por água e comida deixa a ONU e os militares alertas. A insegurança se espalha por Porto Príncipe, onde 15 mil corpos já foram enterrados em valas comuns – seriam 200 mil mortos – e um armazém de ajuda internacional foi saqueado. “Essa gente não come há 50 horas”, relata uma funcionária da ONU. Quem tenta ajudar teme que a situação leve à violência generalizada.

Protestos brasileiros 

O governo brasileiro se queixou de interferência após o aeroporto de Porto Príncipe passar ao controle dos americanos. O chanceler Celso Amorim falou que “descoordenação”, e o ministro Nelson Jobim (Defesa) apontou “assistencialismo unilateral”. Para o secretário Robert Gates (Defesa), os EUA não serão vistos como força de ocupação.

A volta

Enquanto 14 militares feridos no terremoto desembarcavam em São Paulo, Admilson Neiva, pai de um oficial desaparecido no Haiti, peregrinava em órgãos públicos em busca de notícias do filho. O Exército confirma até agora a morte de 14 homens da Força de Paz.

O milagre

Depois de três dias soterrado em casa, Samuel Jachond foi resgatado pelos bombeiros e recebeu atendimento médico. Equipes de 30 países estão trabalhando na cidade destruída. Estima-se que 50 mil pessoas tenham morrido e outras 250 mil estejam feridas.

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Manchetes de hoje_16.jan.10

O GLOBO – Países assumem controle da infraestrutura do Haiti

O ESTADO DE SÃO PAULO – Após enterrar 40 mil vitimas, Haiti teme onda de violência

CORREIO BRAZILIENSE – Terra sem lei

FOLHA DE SÃO PAULO – EUA terão 10 mil soldados no Haiti

ESTADO DE MINAS – 2010 começa com inflação mais alta

 JORNAL DO BRASIL – Multidão se despede de Zilda em velório

 JORNAL DO COMMERCIO (PE) –Haitianos lutam para sobreviver

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Poesia

A Angústia


 

 

Nada em ti me comove, Natureza, nem

Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,

Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,

A solene dolência dos poentes, além.

 

Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,

Da poesia, dos templos e das espirais

Lançadas para o céu vazio plas catedrais.

Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.

 

Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer

Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar

Dessa velha ironia a que chamam Amor.

 

Já farta de existir, com medo de morrer,

Como um brigue perdido entre as ondas do mar,

A minha alma persegue um naufrágio maior.

 

Paul Verlaine

 

(Tradução de Fernando Pinto do Amaral)


 

O Poeta


 

 

Poeta francês (30/3/1844-8/1/1896). Representante do parnasianismo, é também um dos líderes do movimento simbolista na França. Paul-Marie Verlaine nasce em Metz e estuda no Liceu Bonaparte, em Paris. Seus primeiros trabalhos, incluindo Poèmes Saturniens (Poemas Saturninos, 1866), são caracterizados pelo anti-romantismo parnasiano.

 

Casa-se em 1870, mas deixa a esposa e o filho para viver com o também poeta Arthur Rimbaud. Em 1873 atira no companheiro após uma briga e é condenado a dois anos de prisão. A coletânea Romances sans Paroles (Romances sem Palavras, 1874) é escrita na cadeia.

 

Entre 1875 e 1877 ensina francês na Inglaterra. Em 1883, já de volta à França, alterna períodos de bebedeira com momentos de lucidez produtiva. Com a publicação de Les Poètes Maudites (Os Poetas Malditos, 1884) e Jadis et Naguère (1884), reaparece no cenário literário francês como poeta simbolista de grande influência.

 

Para ele o som da poesia é mais importante do que seu significado. Também escreve prosas autobiográficas, como Mes Hôpitaux (Meus Hospitais, 1892), Mes Prisons (Minhas Prisões, 1893) e Confessions (Confissões, 1895). Morre em Paris.