Arquivo do mês: julho 2008

Equilíbrio: a marca registrada deste Brasileirão

Faltam só quatro rodadas para acabar o primeiro turno do Brasileirão. E o equilíbrio continua a ser a marca registrada do campeonato.

Basta dizer que entre os 13 pontos do último colocado, o Ipatinga, e os 29 do líder, o Grêmio, há uma escadinha na qual só faltam dois degraus: não há time com 15 ou com 24 pontos.
De resto, estão todos ali, juntinhos. O Coritiba, em sétimo lugar, está a apenas três pontos do G-4. O São Paulo, em quinto, está só a três pontos do líder. Embaixo ainda é mais dramático.

A Portuguesa, em 17º. lugar, é a primeira dos quatro últimos, com 16 pontos. Pois bem, o Botafogo, em 11º. tem apenas três pontos a mais que a Lusa. Em resumo: neste momento, só três dos 20 times não estão a três pontos do G-4 ou da Z-R — Inter, Sport e Figueirense.

A 15ª. rodada teve 27 gols e média de público de 15.573, curiosamente menor que a rodada do último meio de semana. O Maracanã com o Flamengo teve o maior público com 35.915 pagantes, quase 2000 a mais que o público do Olímpico, debaixo de um vendaval. O pior público foi o do Ipatingão, com apenas 3.119 torcedores.

Fonte: Juca Kfouri

História – há 70 anos

28/07/1938 – A morte do rei do Cangaço

“Maceió – A coluna volante, comandada pelo Tenente Bezerra, da Polícia Militar deste Estado e que no sertão empenhava-se na caça aos bandoleiros, surpreendeu no local denominado Angico, no município de Porto da Folha, em Sergipe, o grupo de cabras chefiado pelo famoso Lampião.

A coluna volante empenhou-se em forte tiroteio com o grupo de bandidos. Após a refrega, os soldados da polícia avançaram sobre o campo inimigo. Fuzilaram todos, e entre os mortos estava Lampião, que foi imediatamente reconhecido”. Jornal do Brasil

Durante vinte anos a polícia foi derrotada na luta contra os cangaceiros porque esqueceu que aquela não era uma guerra regular, onde a organização e a coragem prevalecem como os dois elementos essenciais ao êxito. Lampião comandou um miserável bando de guerreiros a praticar uma liberdade selvagem. Não que fosse propriamente um revolucionário, mas porque fazia a síntese de dois ícones de uma geração: cangaço e coronelismo.


Os que o seguiam veneravam o seu terrível poder. Mas para os sete estados que dominou – mais pela fria vontade de resistir à polícia do que pela ilusão de erguer uma nova ordem social – o seu nome era símbolo de terrorismo. Foi então que o Cabo João Bezerra entrou em cena. Investiu sua inteligência no conflito, induziu o bando ao refúgio, que, surpreendido, não resistiu à violência do ataque. Entrava para a história o homem que matou o homem.

JB

O selvagem e extravagante cangaceiro

Figura de símbolos obscuros, a religiosidade de Lampião era de um fetichismo bárbaro. Místico extravagante e selvagem: no pescoço medalhas de santos, escapulários, rezas pagãs para fechar o corpo, e um grande crucifixo em ouro maciço. Foi o cangaceiro supremo do Nordeste Brasileiro. A sua morte, contudo, não encerraria a história do cangaço. Pelo contrário. O extermínio do bando de Lampião não impediria que as muitas lendas que corriam o sertão a seu respeito continuassem a habitar o imaginario popular. Nem que prosseguisse o processo de mitificação do heroi cangaceiro.

Fonte: CPDOC/JB

Gérbera

Gérbera

Artigo publicado n’ O METROPOLITANO. Nas bancas

O manto de Daniel Dantas abriga muitos

MIRANDA SÁ, jornalista
E-mail: mirandasa@uol.com.br

Não é por acaso que Lula da Silva desceu da dignidade presidencial para bater boca com um delegado da Polícia Federal: não tem outra explicação senão a de sair em defesa dos auxiliares e amigos íntimos, emaranhados na rede de corrupção de Daniel Dantas e denunciados no inquérito.

Lula veio a público censurar o policial – de currículo irrepreensível – sendo desmentido por ele. Por isso está tirando o braço da seringa agora, minimizando sua intervenção no caso da Operação Satiagraha. Mas não deixa de proteger os seus por debaixo do pano.

Esta intervenção do Presidente da República na sindicância sobre as maracutaias do Banco Opportunity, mostra o pânico que domina as hostes lulistas-petistas. Os comparsas de Lula enchem páginas e mais páginas do relatório final do delegado afastado, Protógenes Queiroz.

Estão na lista, Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, José Dirceu, ex-chefe, Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência e Mangabeira Unger, ministro do Futuro, e totalmente encalacrado e sem defesa, Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado do PT.Como não poderia faltar, vê-se o nome do compadre Roberto Carvalho, e também parlamentares da base aliada, a senadora Ideli Salvatti e o deputado José Eduardo Cardoso.

Ocorre, porém, que o manto de Daniel Dantas abriga muitos. É uma espécie de sociedade de auxílios mútuos, acima dos partidos. Destaca-se entre os colaboradores da máfia do Opportunity o senador Heráclito Fortes, democrata piauiense.

Não é de hoje que Heráclito mostra simpatias pela turma de Dantas e usufrui das benesses distribuídas aos políticos. Foi apontado como usuário do jatinho do Banco -falou-se em 54 viagens à Teresina – isso o irritou muito. Segundo ele, só usou o avião umas 20 vezes… Com este cinismo, termina na copa e cozinha do Palácio do Planalto…

Fechando a semana, somos informados de que Lula da Silva declarou que a crise que envolve Dantas e cria conflitos nos poderes Executivo e Legislativo, é coisa passageira. Com a velha experiência de pelego sindical diz tratar-se de problemas internos na Polícia Federal e por isso não iria intervir. Pouca vergonha. Ele entrou de sola no embroglio chegando a ir para frente das câmeras de tevê exigindo a permanência do delegado Protógenes na direção do inquérito, garantindo que o policial se afastara por vontade própria…

Chegou a mandar que a PF editasse quatro minutos de uma conversa de três horas, entre a cúpula do órgão e o Delegado. Na penumbra da ilicitude que recruta pessoas do alto escalão do PT-governo e forma no Congresso uma “bancada do Daniel”, todos vestem a mesma camisa. E os piores entre todos são os representantes da dita oposição…

No caso do senador Heráclito vemos a colaboração atingir ao ápice, com uma representação “em defesa da honra” que vai, na verdade, levar os cúmplices ativos e passivos das tramóias do Banco Opportunity ao STF.

O piauiense esperneia e diz que não tem qualquer ligação com as atividades de Dantas, afirmando que as informações constantes do relatório da PF são “ilegais, maliciosas, levianas e mentirosas.” Então leva o processo para as mãos de Gilmar Mendes. Com isso, é bom lembrar que foi o próprio Daniel Dantas quem disse – com todas as letras – que só tinha medo do inquérito cair na primeira instância. De lá para cima é céu de brigadeiro…

MEIO AMBIENTE

Zoneamento impede cana na Amazônia

A Amazônia receberá uma “blindagem técnica” contra a cana-de-açúcar. A região amazônica e algumas áreas de transição entre o cerrado e a floresta não combinam com as condições de solo e de chuva indicadas pelo consórcio composto por pesquisadores de Embrapa, IBGE, Unicamp, Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para realizar o zoneamento da cultura. O estudo do consórcio será apresentado amanhã ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

TELEFONIA

Privatização das teles faz dez anos e pede novas regras

Universalizar o acesso telefônico a mais de 100 milhões de brasileiros foi o grande feito da privatização da Telebrás, que completa dez anos amanhã. Acompanhada da criação de um arcabouço de regras e obrigações, a venda das estatais de telefonia teve o mérito de atrair capitais estrangeiros e promover verdadeiro derrame de recursos. Mas a transformação que passa o mundo sob influência da evolução tecnológica está a exigir a atualização das regras que ficaram cristalizadas por falta de atenção do governo e hoje não atendem às necessidades do mercado. A compra da Brasil Telecom pela Oi é um exemplo disso.

ELEIÇÕES/RJ

Candidatos reagem aos ‘currais’ em favelas do Rio

Candidatos à Prefeitura do Rio reagiram em bloco às dificuldades de acesso a favelas impostas por traficantes e integrantes de milícias armadas. A reação veio depois que jornalistas foram ameaçados, no sábado, em caminhada de Marcelo Crivella (PRB) na Vila Cruzeiro. Jandira Feghali (PC do B) reclamou que não vai ao morro só para pedir votos. E Eduardo Paes (PMDB) afirmou: “Não vou me submeter aos bandidos”.

COMPANHEIRISMO

Dados (sobre as Farc) eram irrelevantes’

O assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia admite que informações sobre as Farc foram repassadas ao Planalto pelo governo colombiano, “mas eram irrelevantes”. O repasse dos dados, que teria sido meses atrás, foi revelado pelo ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, ao Estado. Garcia descarta deslocamento das Farc para a Amazônia, como alertou o governo americano, e diz que o presidente colombiano Álvaro Uribe prepara acordo com a guerrilha.

MARACUTAIA

Deputado foi ao TCU com ação paga por Dantas

Daniel Dantas, ex-controlador da Brasil Telecom por meio do banco Opportunity, contratou um escritório de advocacia por R$ 1,75 milhão para assessor o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) em uma representação apresentada ao TCU (Tribunal de Contas da União).Com a ação do deputado, Dantas queria evitar acordo pelo qual fundos de pensão comprariam ações do Citigroup na BrT. Fraga se disse “muito amigo” de ex-cunhado de Dantas e admitiu que “emprestou” seu nome. Segundo o Opportunity, a BrT contratou o escritório.

COLARINHO BRANCO

Brasil perde 160 bi com a corrupção

O país perde anualmente cerca de R$ 160 bilhões – ou 6% do Produto Interno Bruto (PIB) – com corrupção e fraudes no governo e em empresas, segundo levantamento da consultoria KPMG. São os crimes de colarinho branco que, na maior parte das vezes, envolvem lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), só este ano deverão ser registradas 300 mil operações com indícios de irregularidade, um salto de 112% em relação a 2007.