Arquivo do mês: junho 2008

Poesia

Aqui morava um rei

Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.

Para mim, o seu cantar era Divino,
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu pai, Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado.”

Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é dramaturgo, romancista e poeta. Autor dos célebres “Auto da Compadecida” e “A Pedra do Reino”, é um defensor militante de nossa cultura.

Fonte: Revista Agulha

INFORMAÇÃO

As notas de empenho dos gastos da União no projeto “Cimento Social”, de Marcelo Crivella, listam a compra de sete “poltronas reclináveis, de material impermeável, com apoio para os pés, acabamento acolchoado no encosto, braços e assento”, por R$ 2.850,05.

Renata Lo Prete, jornalista

FRASE DA VEZ_2/23

“Agora os escândalos do governo Lula estão sendo terceirizados por quadrilhas fraudulentas…”

Filipe Luiz RibeiroSouza (filipelrsousa@hotmail.com)

OPINIÃO

“O presidente Lula, em episódios desagradáveis de seu governo, tem declarado que o que ocorria não era do seu conhecimento. Pois bem. Sirvo-me deste artigo para alertar. Constitui fato vergonhoso introduzir dispositivo na Constituição que consagra a enrolação e a espoliação do povo brasileiro. É demais”.

Osiris de Azevedo Lopes, advogado

Exemplo de honestidade

“O Robinho deveria ter caído na área para o juiz marcar pênalti”.

Lula da Silva, presidente da República

História – há 31 anos…

23/06/1977 – É aprovada emenda que institui o divórcio

O Congresso aprovou a emenda constitucional de autoria do Senador Nélson Carneiro, que instituiu o divórcio no Brasil, por 226 votos a favor e 159 contra. A sessão de votação foi aberta pelo Senador José Lindoso, Vice-Presidente do Senado.

Na galeria, cerca de 1 mil e 800 pessoas, divorcistas, com uma faixa no braço, tentavam influenciar a votação. Deputados a favor do divórcio defendiam que a campanha divorcista não era contra a Igreja nem contra a família, e a que mudança pretendida na legislação era natural e de acordo com a evolução dos costumes.

A igreja deve conviver com a realidade

O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, D. Ivo Lorscheiter, afirmou que a Igreja não iria se deixar abater com as coisas injustas que acontecem. No entanto registrou os parlamentares que votaram a favor do divórcio.

Sobre os divorciados declarou que não poderiam mais ser padrinhos de batismo ou casamento, e estariam impedidos de receber a comunhão, por estarem fora das condições de vida sacramental impostas pela Igreja. O filho de um divorciado poderia ser batizado porque a Igreja entende que ele não tem culpa alguma.

Fonte: CPDOC/JB

COMENTÁRIO (I)

“A Caixa tem que controlar seus funcionários. Qualquer coisa que tenha havido nas prefeituras é com quem assinou os contratos. É comigo? Não. O contrato é assinado com a Caixa […]
Qualquer montagem na ponta só pode ser com funcionário da Caixa. É alguém que atesta obra de baixa qualidade como se fosse de boa qualidade. Não é funcionário meu.”

Desta forma, aparentemente preocupado e irritado, reagiu o ministro Márcio Fortes, das Cidades, quando inquirido sobre o envolvimento de seu ministério nas falcatruas investigadas pela Polícia Federal desde que se iniciou a Operação João de Barro.

Sétima rodada do Brasileirão não foi lá uma jornada das mais gloriosas

Clique aqui e ouça o comentário de Juca Kfouri pela rádio CBN.

XALBERTO

Fonte: chargeonline.com.br/Xalberto

Artigo publicado n’ O METROPOLITANO. Nas bancas

Experiência macabra: Picaretas criam clone da CPMF

MIRANDA SÁ, jornalista
E-mail: mirandasa@uol.com.br

Os picaretas do Congresso Nacional estão como nunca. Além de desmoralizar o Poder Legislativo com falcatruas, legitimar a impunidade e a corrupção ativa e passiva, avocam para a Câmara dos Deputados as safadezas que Lula da Silva (imaginem!) ainda se sente envergonhado de assumir publicamente.

É o caso da experiência macabra de criar o clone da CPMF. Foi à luz quarta-feira passada, em sessão controlada pela base governista na Câmara o arremedo do novo imposto do cheque. Com apenas dois votos de maioria. O monstrengo foi batizado “Contribuição Social para a Saúde”.

A CSS foi gerada pelo PT-governo usando a barriga do projeto de regulamentação da Emenda nº. 29, que obriga União, estados e municípios a repassarem mais recursos para a Saúde. E foi o deputado do PT – gaúcho, Pepe Vargas, que se submeteu ao vexame de descaracterizar a proposta do companheiro Tião Viana, aprovada por unanimidade no Senado.

O texto determina 10% da receita corrente bruta do total de recursos investidos pela União na Saúde. Lula da Silva e seus asseclas não gostaram disso e o presidente mandou dizer aos deputados que vetaria o projeto se a CSS não saísse.

Não é de ameaça que vivem os 300 picaretas. O PT-governo soltou verbas às pampas para os 259 votantes que garantiram a aprovação com apenas dois a mais que os 257 necessários.
Os pelegos, gêmeos idênticos dos picaretas, comemoraram. José Genoíno – quadrilheiro processado no STF e irmão do mentor do transporte de dólares na cueca – correu para frente das câmeras da televisão pulando feito um saci em regozijo à criação de novo imposto.


E dá uma tristeza danada a gente ver aquilo que o lúcido e excelente analista político Walter Gomes nos alertou: os dois votos que ajudaram a aumentar os impostos saíram do Rio Grande do Norte, de Fátima Bezerra, Henrique Alves e Sandra Rosado. É bom anotar estes nomes para as próximas eleições.

Felizmente a coisa ainda tem jeito. A matéria vai ao Senado, onde os pelegos não contam com número suficiente para aprová-la, levando os estrategistas do Planalto a empurrar o confronto para depois das eleições municipais.

A tática dos pelegos tem mão dupla. De um lado, impede que algum senador aliado vote encabulado diante das bases eleitorais e, do outro, dá tempo de armar o balcão de negócios sujos de compra e venda de consciências.

Será preciso muita ”negociação” porque lá são necessários 41 senadores sem-vergonhas para reverter o próprio voto, dado há pouco mais de um mês ao projeto Tião Viana. E o PT-governo só conta com 18 votos dos carneirinhos de presépio.
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