Tudo sobre a tragédia japonesa
Radiação chega a Tóquio e mergulha cidade no medo
A confirmação da presença de radiação no coração da capital japonesa, somada ao racionamento de energia e a crise de abastecimento, deixou Tóquio em estado de choque e levou a população, com medo, a se confinar em casa ou a planejar rotas de fuga. Estrangeiros já começaram a deixar o país, que vive uma tragédia com desdobramentos inimagináveis. Aeroportos ficaram lotados, ruas e gôndolas de supermercados, vazias. De manhã, os índices de radiação, trazida pelos ventos do complexo nuclear de Fukushima, estavam 20 vezes acima do normal. No bairro de Setagaya, uma pequena quantidade de iodo e césio foi detectada. O governo insistia que os níveis eram baixos e não representavam ameaça. Multinacionais deslocaram funcionários para Osaka, no Sul. Dezenas de voos para Tóquio foram alterados ou cancelados porque companhias aéreas refizeram suas rotas para evitar a cidade.
A um passo de Chernobyl
Diante da dramática situação no complexo de Fukushima, onde já houve explosões e incêndios em quatro usinas, e dos riscos de avarias no núcleo dos reatores, a agência nuclear francesa aumentou para seis o índice de gravidade do acidente. Com isso, a crise japonesa fica a um nível da tragédia de Chernobyl, na escala de eventos nucleares. A radiação perto do complexo, que: “agora conta com apenas 50 funcionários, caiu, mas o superaquecimento mantém elevado a risco de fusão. Ontem houve nova explosão no reator 4.
Hiroshima na memória
O alerta nuclear despertou os piores pesadelos em Takashi Morita, sobrevivente da bomba de Hiroshima. Ele acompanha em São Paulo o que acontece em seu pais natal e se preocupa com a neto, que está no Japão.
’50 de Fukushima’ tentam impedir que usina derreta
A tarefa de evitar o derretimento dos reatores da usina de Fukushima 1 está nas mãos de um grupo de 50 técnicos. A ameaça de colapso da planta nuclear levou o governo japonês a ordenar que os outros 750 empregados abandonassem o local.
Sob sério risco de contaminação, “os 50 de Fukushima”, como estão sendo identificados, assumiram a tarefa de resfriar os reatores. Ontem, o nível de radiação recuou, mas novos incêndios atingiram reatores.
Mercados perdem US$ 1 tri
Desde sexta-feira, quando o Japão foi abalado pela tragédia, as principais bolsas de EUA, Europa, Ásia e América Latina perderam US$ 1 trilhão em valor de mercado. Ontem, a Bolsa de Tóquio despencou 10,5%; a Bovespa caiu 0,24%.
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