Tragédia japonesa

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‘Japão perdeu o controle’, dizem EUA, Europa e Rússia

A batalha travada pelo Japão para resfriar quatro reatores com sérios problemas no complexo de Fukushima Daiichi tomou ontem rumos dramáticos. Os níveis de radiação aumentaram, e o grupo de trabalhadores que tentam controlar a situação foi retirado, só retornando horas depois. Há danos no núcleo de três reatores, afirmou a AEIA, agência da ONU. O cenário fez com que chefes de agendas nucleares dos EUA, da Europa e da Rússia fossem unânimes no diagnóstico: o Japão perdeu o controle da situação: “Estamos em algum lugar entre um desastre e um desastre gigantesco”, disse o chefe de Energia da UE. O imperador Akihito rompeu o silêncio e fez um discurso inédito pedindo que os japoneses não desistissem. Documentos vazados pelo WikiLeaks mostraram que a ONU temia falhas na indústria nuclear do Japão.

Os ‘kamikazes’ da era nuclear

Numa versão atual dos kamikazes da 2ª Guerra, 180 peritos tentam, numa missão suicida, salvar os japoneses de uma catástrofe nuclear. Em pequenos grupos, eles se revezam na usina para bombear água, monitorar a temperatura dos reatores e remover entulho das explosões. Foram retirados às pressas quando a radiação aumentou, mas voltaram. A volta de parte dos técnicos que haviam deixado o local, porém, foi vista com pessimismo. Os “50 de Fukushima” viraram 180.

Fugindo de Tóquio, a caminho de Osaka

Os trens-bala partiram lotados, ontem, de Tóquio. A viagem de três horas para Osaka foi melancólica, relata Claudia Sarmento. Japoneses e estrangeiros abandonaram suas casas em Tóquio, onde falta comida e há riscos de contaminação radioativa. Em Osaka, não há mais vaga em hotéis.

Cidade portuária fica cinco dias em chamas

O fogo ardeu por cinco dias na cidade portuária de Kesennuma, deixando um cenário parecido com um ferro-velho – e com um imenso navio no meio do entulho. O abrigo local, administrado por um engenheiro, deverá ficar sem gás dentro de dois dias e ele não sabe se conseguirá distribuir refeições quentes para os sobreviventes. “Eu me sinto tão envergonhado”, afirmou aos prantos.

Desabastecimento ameaça Japão

O suprimento de gasolina e alimentos do Japão está se esgotando rapidamente, forçando não apenas os moradores do nordeste, assolado pelo terremoto, mas também de Tóquio a correr para comprar o que sobrou nas prateleiras cada vez mais vazias dos supermercados e lojas de conveniências.

Comboio decasségui

A família Sato desembarcou em Sendai para visitar parentes na sexta-feira, após longa maratona desde Curitiba (PR). Ainda estavam na estação de trem, quando a terra tremeu. Os cinco dias seguintes foram de privação. Ontem, os sete retornaram com mais 20 brasileiros em dois micro-ônibus fretados pela embaixada. O grupo chegou à Grande Tóquio após oito horas de estrada.

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