Terremoto do Haiti
Brasil perde Zilda Arns, 11 militares da missão de paz da ONU e ainda procura desaparecidos
Depois do mais devastador terremoto dos últimos 200 anos e diante da impotência das autoridades do país mais pobre das Américas, os haitianos ontem tentavam resgatar por conta própria vítimas entre os escombros, empilhavam corpos pelas ruas da cidade e ainda procuravam se defender da violência que explodiu em Porto Príncipe – por toda a cidade, aconteceram saques e tiroteios. O país está destruído e o número de mortos, pode chegar a 50 mil segundo o presidente René Préval ou até a 100 mil pelas estimativas do premier Jean-Max Bellerive. Três milhões de pessoas um terço da população do país – necessitam de ajuda emergencial. “O Parlamento desabou. O fisco desabou. Escolas desabaram. Hospitais desabaram. É preciso ver para crer”, afirmou o presidente do Haiti. Entre as 12 vítimas brasileiras, está a fundadora e diretora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann. Morreram 11 militares da Missão da ONU para a Estabilização do Haiti (Minustah), mas ainda há desaparecidos. A ONU perdeu 16 funcionários e 150 estão desaparecidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto de três dias e propôs ao presidente dos EUA, Barack Obama, uma reunião de países doadores da ONU para arrecadar recursos para o Haiti.
Uma heroína em sua última missão
A catástrofe no Haiti matou uma brasileira que dedicou a vida a salvar crianças. A pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, de 75 anos, morreu quando falava para 150 pessoas dentro de uma igreja em Porto Príncipe, numa viagem já adiada quatro vezes. Fundadora da Pastoral da Criança, ela se dedicava a levar a iniciativa a outros países. “Os escombros caíram sobre ela”, contou o filho Nelson Neumann.
14 mortos e 4 desaparecidos
O Exército informou que, além dos 14 mortos, estão desaparecidos 4 dos 1.266 militares brasileiros que integram a missão, iniciada em 2004. Zilda Arns viajara ao Haiti para organizar religiosos para ação nos moldes da Pastoral da Criança, que no Brasil acompanha mais de 1,9 milhão de gestantes e crianças menores de seis anos.
Tragédia no Haiti exige mobilização mundial
Mais do que nunca, o Haiti precisa agora de uma grande mobilização internacional para enfrentar o cenário pós-tragédia do terremoto que devastou o país na terça-feira. Sem ajuda imediata, o quadro de fome, violência e doenças tende se agravar na mais pobre das nações latino-americanas.
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