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BC é mais realista ao encarar a crise que o governo

 

O Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje pelo Banco Central, mostra que a instituição está encarando a crise de maneira bem mais realista que o governo. Tem sido assim desde o início, mas o documento comprova que, mesmo com otimismo em alguns pontos, o BC está mais centrado. Por exemplo: no que diz respeito ao emprego, o Banco Central prevê que ele vai continuar ao longo dos meses, mesmo que haja recuperação, na margem, da produção industrial e que o varejo tenha dado sinais animadores até agora. O aumento do desemprego, segundo o BC, não seria sazonalidade, mas sim fruto da crise econômica. O blog já alertou para isso algumas vezes.

 

Sobre o crescimento do PIB, o Banco Central espera uma alta de 1,2%. É um crescimento maior que o previsto pela maioria dos economistas, mas menor que os 2% que o ministro da Fazenda vem anunciando, depois de admitir que a alta de 4% não seria mais possível. Mesmo alta, a previsão do BC é mais realista e mostra uma redução para o que ele previa em dezembro, que era um crescimento de 3,2% do PIB em 2009.

 

O relatório também fala da inflação. Para o Banco Central, o IPCA deve fechar o ano em torno dos 4%, abaixo até do centro da meta, que é 4,5%. Aqui no blog mostramos a previsão feita no início de março pelo professor Luiz Roberto Cunha, da PUC, de que a inflação deveria terminar o ano próxima dos 4,5%. Isso porque, para os próximos meses, Cunha previa uma taxa de inflação moderada, entre 0,2% e 0,35% ao mês.

 

Ainda em relação à inflação, o BC sabe que a sua redução não é só fruto da queda da taxa de juros. A redução da inflação tem a ver, segundo o próprio Banco Central, com a “elevação dos fatores de ociosidade de produção”, que aconteceu fortemente no último trimestre do ano passado e continua neste início de ano. E isso abre mais caminho para o corte nos juros, que não é a única saída para a crise, mas ajuda. Até porque, com a inflação cada vez menor e em tendência de queda, não há motivos para a taxa seguir elevada.

 

Fonte: Miriam Leitão

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