Poesia

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Círculo vicioso

Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
“Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela
“Mas a lua, fitando o sol com azedume:

“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume”
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume…
Enfara-me esta luz e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vagalume?”…

Machado de Assis

O Poeta

Poeta, romancista, novelista, contista, cronista, dramaturgo, ensaísta e crítico, nasceu e morreu na cidade do Rio de Janeiro, respectivamente, em 21/06/1839 e 29/09/1908. Tem raízes nas tradições da cultura européia e transcende a influência das escolas literárias nacionais.

Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu seu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos. A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica.

O Machado poeta é menos conhecido e apreciado, apesar de sua primeira manifestação literária ter sido feita justamente com uma poesia “Ela”, publicado na “Marmota Fluminense”, aos 16 anos de idade. Publicou quatro livros de poesia. “Crisálidas” ,“Falenas”Americanas”, e
“Ocidentais”. É a referência clássica da literatura brasileira, considerado o maior escritor do país e um mestre da língua.

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