POESIA

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Trova à Maneira Antiga


Comigo me desavim,

sou posto em todo perigo;

não posso viver comigo

nem posso fugir de mim.

(…)

Que meio espero ou que fim

do vão trabalho que sigo,

pois que trago a mim comigo,

tamanho inimigo de mim?


Sá de Miranda

O Poeta

Francisco de Sá de Miranda (1481-1558) foi um poeta português. Era filho de Gonçalo Mendes, cónego da Sé de Coimbra e de Inês de Melo, solteira, nobre, e neto paterno de João Gonçalves de Crescente, cavaleiro fidalgo, e de sua mulher Filipa de Sá que viveram em S. Salvador do Campo (Barcelos) e em Coimbra, no episcopado de D. João Galvão.

Nada se sabe da vida de Sá de Miranda nos seus primeiros anos. Meras hipóteses, mais ou menos aceitáveis, nos indicam o caminho que seguira, desde o seu berço em Coimbra até à Universidade em Lisboa.
Foi nas Escolas Gerais que Sá de Miranda conheceu Bernardim Ribeiro, com quem criou estreitas relações de amizade, lealmente mantidas e fortalecidas na cultura literária, nos serões poéticos do paço real da Ribeira, na intimidade, em confidências e na comunhão de alegrias e dissabores.
Estudou Gramática, Retórica e Humanidades na Escola de Santa Cruz.

Frequentou depois a Universidade, ao tempo estabelecida em Lisboa, onde fez o curso de Leis alcançando o grau de doutor em Direito, passando de aluno aplicado a professor considerado e frequentando a Corte até 1521, datando-se de então a sua amizade com Bernardim Ribeiro, para o Paço, compôs cantigas, vilancetes e esparsas, ao gosto dos poetas do século XV.

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