O legado de Lula
Presidente deixa o poder com popularidade recorde, mas poucos avanços em educação, saúde, saneamento, infraestrutura e reformas
A principal definição da Era Lula foi feita pelo próprio presidente Lula. No meio do primeiro mandato, citando Raul Seixas, ele afirmou: “Eu sou uma metamorfose ambulante”. Foi o momento em que as políticas que o PT sempre condenara na economia começavam a mostrar resultado sob Lula. Há 15 dias, traçando um retrato de seu governo, ele disse: “O segredo do meu sucesso é ter feito apenas o óbvio”. Um balanço por dentro da administração Lula mostra que isso é verdade. O que revela um paradoxo: um presidente com uma popularidade recorde e um governo com poucos avanços em áreas-chave para o país, como educação, saúde, saneamento, infraestrutura e as reformas política, previdenciária, trabalhista e sindical.
Saldo “favorável”
Prestes a encerrar seus oito anos de mandato, o presidente Lula apresentou quarta-feira um extenso balanço da gestão. Como era de esperar, o relato contém abundantes auto-elogios, algumas fantasias e nenhuma autocrítica.
No entanto, ao observador isento o exame dos resultados durante os dois governos consecutivos indica um saldo favorável. Político intuitivo, Lula descartou a tentação do manejo demagógico da economia. Manteve a política econômica responsável iniciada por seu antecessor e colheu os frutos dessa sábia decisão
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