Miriam Leitão comenta
Regulamentação dos mercados é o grande desafio do G20
A ideia de pôr mais dinheiro no FMI já estava sendo discutida dentro desse debate sobre reforma do fundo para repartir melhor o poder de voto na instituição, mas agora ficou mais urgente, porque vários países já estão com problemas, batendo na porta do fundo pedindo dinheiro, como os países do Leste Europeu e até alguns do sudeste asiático.
O presidente Lula disse que o Brasil vai participar do rateio para levantar a dinheirama, mas ainda precisa explicar como. O Banco Central tem usado nossas reservas cambiais para financiar as empresas exportadoras e as que têm dividas no exterior. Mas é bom lembrar que recentemente o Brasil, apesar dos US$ 200 bilhões que tem, aceitou um reforço de US$ 30 bilhões em troca de moedas do Banco Central americano.
Mas o que está dividindo o encontro do grupo dos 20 é mesmo a regulamentação dos mercados financeiros. Quem tem razão? França, Alemanha e Brasil, que estão defendendo uma regulamentação mais forte. É complexo, porque há diferenças nacionais importantes. Mas essa crise mostrou que alguns fundos de risco e alguns bancos de investimento não tinham fiscalização alguma nos grandes países; que as agencias de risco davam nota boa a títulos que não valiam nada e que os paraísos fiscais são, como sempre foram, uma anomalia.
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