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CNC reconhece queda das vendas no comércio

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) reconheceu nesta terça-feira que as vendas do comércio varejista registraram retração em março e abril deste ano, embora o IBGE tenha considerado os resultados desses dois meses (de -0,5% e -0,2%, respectivamente), ante o mês anterior, como uma “estabilidade”.

O economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, acrescentou, no entanto, que os resultados incorporam parcialmente os efeitos da redução do IPI sobre os produtos de linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos). O imposto sobre esses artigos foi reduzido em 17 de abril deste ano.

– Houve queda porque a redução do IPI ocorreu em meados de abril, ou seja, não pegou o mês cheio. O crédito também estava mais caro e curto no mês, o que melhorou a partir de maio. Foi um mês ainda de medo da crise, do desemprego.

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de abril, divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, mostrou que o setor segue em desaceleração no acumulado dos 12 últimos meses: de um aumento de 10,3% em setembro de 2008, a alta das vendas perderam o ritmo e cresceram 7,1% em abril deste ano, na comparação ao mesmo período anterior.

Nesta base de comparação, a desaceleração foi mais forte em produtos ligados ao crédito, como móveis e eletrodomésticos, que desacelerou de 16,9% em setembro para 8,3% em abril. No varejo ampliado (que inclui carros, motos, partes e peças), a desaceleração foi de 21% em setembro para 5,1% em abril, de acordo com o IBGE.

Carlos Thadeu disse que a crise revelou de forma mais evidente seus efeitos sobre o setor nos resultados dos 12 meses do ano.

– O comércio em 12 meses mostrou a face da crise. O setor ainda resiste, contudo, mais do que a indústria. O comércio depende menos das exportações e mais da massa salarial, que resiste graças ao aumento do salário mínimo e aos programas sociais do governo – disse.

Segundo ele, as vendas do comércio varejistas devem crescer 4% neste ano. Se não houver mais crescimento ou queda em 2009, o setor encerraria o ano com um aumento de 3,14%. No ano passado, as vendas do comércio cresceram quase 10%.

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