DA CONTRADIÇÃO

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MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

A Dialética de Hegel reinterpretada por Marx e Engels, tornou-se materialista, isto é, sai do campo do pensamento passando a ser vista como física e não apenas como um conflito lógico; uma força presente nas coisas animadas e nas leis da Natureza.

Hegel é considerado pelos marxistas, “anticientífico”, “idealista” e “metafísico”, avaliação comum nos compêndios stalinistas para os não marxistas, estando presente no Pequeno Dicionário Filosófico de M. Rosental e P. Iudin, publicado pela Editora Política do Estado “Gospolitzidat” na finada URSS.

O método hegeliano, sem dúvida, foi aperfeiçoado constituindo-se um método científico para o estudo das leis que regem a Natureza e, historicamente, a sociedade humana.

Já abordei este tema antes; trago-o de novo à baila para realçar as contradições que sobressaem por si só na Dialética. A contradição é o motor do movimento da realidade; uma ferramenta necessária ao processo analítico entre duas afirmações logicamente incompatíveis.

A aplicação do método dialético é simplificada pela equação: “Tese x Antítese = Síntese”; sendo a Tese uma proposta, a Antítese, a oposição discordante, e a Síntese o resultado da divergência entre as duas proposições em que uma exclui a outra.

Como verbete dicionarizado a Contradição é um substantivo feminino de etimologia latina, “contradictĭo”, ato ou efeito de contradizer(-se); afirmação em contrário do que é apresentado.

Como exemplo, encontramos na obra de Engels, “Dialética da Natureza”, o gatilho que dispara o caráter histórico da evolução humana, com um capítulo especial que mostra a humanização do macaco pelo trabalho.

Na sociedade humana as contradições se expressam historicamente na economia e na política influenciando mudanças qualitativas, a base dinâmica do desenvolvimento revela que nada é estático, que tudo se transforma pela interação dos opostos.

Vemos assim uma conjuntura que traz em si elementos opostos — forças, tendências ou aspectos contrários — que se enfrentam e proporcionam as transformações.

Em verdade, a análise dialética nos ajuda a conhecer a realidade e para descomplicar o método, a milenar filosofia chinesa nos legou o visual simbólico e conceitual do Yin e Yang, forças cósmicas opostas, a interação dos contrários interagindo para manter o equilíbrio e a harmonia do universo.

Dentro de cada força oposta, há a semente do seu oposto, simbolizada pelos pontos de cor oposta no diagrama (o ponto branco na seção preta e o ponto preto na seção branca).

Assim, na oscilação dos contrários, os princípios antagônicos do Yin e o Yang interagem ao mesmo tempo e estão presentes na Natureza como a energia universal; e é curioso ver-se que na Era Tecnológica que vivemos, tornou-se uma ferramenta da Inteligência Artificial.

O conceito central da contradição é que todas as coisas existem como pares de forças opostas que, na verdade, se completam e são interdependentes. Uma não pode existir sem a outra, como o dia e a noite.

Isto qualifica a realidade como uma dança dinâmica de opostos complementares que na política brasileira, com a polarização eleitoral de Jair e Lula, não representa o bem contra o mal, mas o fluxo da ideologia distorcida do populismo.

Em artigo anterior lembrei que ideias ou atos dos polarizadores mostram a incoerência com a ética, aceita apenas pelos seus fanáticos cultuadores. Como expressão da verdade, os que temos é a negação de tudo com que os brasileiros sonham, nosso país vivendo um quadro de Liberdade e Justiça e não de golpismo e corrupção.

 

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