Comentário (I)
Dantas
O Brasil sempre foi assim, mas agora ficou inigualável: nunca os poderosos puderam tanto. A Polícia Federal fez uma profunda e até agora indesmentível investigação sobre os misteriosos negócios de Daniel Dantas, que alguns dizem mandar no Executivo, Legislativo e Judiciário.
E o que aconteceu? Daniel Dantas passou 72 horas preso.
Depois, explodiu uma bomba atômica no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. O presidente da Abin, o respeitado e inatacável Paulo Lacerda, caiu. O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Correa, de íntegra biografia, não sai mais da CPI dos Grampos, tentando explicar o inexplicável.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, foi monitorado, grampeado e obrigado a bater boca na porta do Supremo. O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, foi flagrado com o presidente do Supremo numa ligação que, graças aos céus, era tão inocente como conversa de freiras. Imaginem se não fosse. O País balançava.
E nova manchete na “Folha”: “PF não consegue abrir arquivos de Dantas – Criptografado, o conteúdo dos computadores apreendidos no apartamento do banqueiro no Rio não é acessado pela polícia”. Esse Dantas ou é filho de Mãe Menininha ou tem parte com satanás.
Sebastião Nery, jornalista
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