CARROSSEL

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MIRANDA SÁ (E-Mail: mirandasa@uol.com.br)

“Dançou-se muito no baile da Ilha Fiscal, mas o que os convidados não imaginavam, nem o imperador D. Pedro II, é que se dançava sobre um vulcão” (Veja na História)

Toda vez que registro o rodopio do movimento feminista conquistando espaços na mídia sobre problemas diversos, seja do machismo à ‘cultura do estupro’, fujo ao debate para não provocar parentes e amigas que embarcam neste carrossel…

Vejo, na esteira da minha experiência, que a atuação desse bando minoritário do feminismo é de grupo de pressão do lulo-petismo bolivariano, como são os ‘afrodescendentes’ do movimento negro ‘made in USA’, que imagina racismos de conveniência. E também os meio-ambientalistas de última hora defendendo o mico leão dourado que voltou e se multiplicou na Mata Atlântica.

Não me contenho, porém, ao ver que as mesmas denunciantes da ‘cultura do estupro’ venham defender o Ministério da Ciência e Tecnologia lembrando o Viagra, a droga da ereção, exaltação da potência machista.

O pior dessa agitação barata, foi a exibição de um cartaz referindo-se a Michel Temer – com uma esposa mais nova – como dependente da pílula azul… Já imaginaram se anti-petistas levantassem faixas sobre a hipótese de Dilma ter furor uterino e divorciou-se de um marido impotente?

A exibição manifesta do combate ao estupro veio num dia e, no dia seguinte, aparece a defesa do Viagra levando o extremismo feminista àquele ‘círculo vicioso’ que me inculca desde os tempos em que estudava Matemática.

Foi o matemático francês Henri Poincaré quem primeiro usou a expressão “cercle vicieux” na rejeição das definições impredicativas, que definem um elemento em termos viciosamente circulares. Fora da Matemática, o círculo vicioso é usado com o significado de uma coisa sem fim, um fato permanentemente inacabado, a continuidade de casos problemáticos. E me lembra um carrossel.

Esse brinquedo tradicional dos parques de diversões e festas da do interior diverte muitas pessoas. A embriaguez mecânica dos sentidos é especialmente atrativa para as personalidades epileptoides, fenômeno que nos fascinava quando éramos crianças com gritos de alegria e … Vômitos.

A máquina giratória dos cavalinhos surgiu no final do séc. XVIII, e virou moda na corte francesa, durante o reinado de Henrique IV.  A origem do nome ‘Carrossel’ vem de um faustoso espetáculo do tipo torneio, que se promovia na época.

O carrossel tem semelhança com o círculo vicioso, e aparece até num desenho animado brasileiro produzido e exibida pelo SBT e coprodução da SuperToons, adaptado da telenovela mexicana homônima.

Girando sempre, com círculos e círculos, alguns estonteadores, a política brasileira foge dos padrões retilíneos dos países mais avançados. Veja-se o caso atual das delações premiadas: A defesa de Dilma requereu à Comissão Especial do Impeachment no Senado a inclusão das delações premiadas de Sérgio Machado; recebeu efusivos aplausos dos senadores petistas. O pedido foi recusado pela presidência da Comissão.

Quatro dias depois, o senador Aluízio Nunes demandou um pedido idêntico, solicitando a inclusão das denúncias da Odebrecht e da OAS no processo; os mesmos senadores petistas que aplaudiram a medida anteriormente, reagiram com virulência para impedir a juntada da delação de Marcelo Odebrecht.

Trata-se ou não de um círculo vicioso esta contradição petista montada nos cavalinhos do carrossel político? O que se via antes, perdeu-se de vista para ver-se de novo na outra volta… Não é por acaso que os fanáticos defensores de Lula, Dilma e do PT são apelidados de ‘militontos’, resultado da tonteira de girar em torno de Lula.

A rica língua portuguesa registra o verbo ‘valsar’, dançar valsa girando pelo salão. As voltas que os lulo-petistas e seus colaboradores dão na dança da corrupção estão chegando ao fim. Lembram o último baile da Ilha Fiscal.

12 respostas para CARROSSEL

  1. O sr. pontuou muito bem, parece até que foi tudo proposital, para desviar a atenção do foco central. Lidam conosco como se realmente fôssemos tontos, à mercê de um louco.
    Percebi no dia em que conclamaram as mulheres para um ato, quando na realidade era um outro fato, não há como escapar e não ser usada por essa corja de fanáticos.
    Num país onde as instituições estão corrompidas, não temos mais como lutar por Justiça.
    Postagem excelente, obrigada, abraços
    Maria Teresa

  2. elisabeth laval jede disse:

    O povo não dá crédito mais a essas enganações e não acha a menor graça!É jogar areia nos olhos inutilmente!Parabens Miranda seu artigo meréce nossos aplausos. Muito bom como tudo que você escréve! Tua cultura e inteligência é um presente de muito valor que recebemos! Traduz o respeito que dispensas ao teu leitor!Muito obrigada ! Você nos valoriza com seus artigos excelentes!

  3. Marilene Marques disse:

    A mesmice. É isto que está acontecendo na política brasileira. Ou estes partidos extinguem-se, ou passam a mudar seus atos ilícitos.
    Meu desejo e luta é que sejamos cada vez mais contra tais atos e assim exigir que a nossa história de corrupto/ladrão/enganador etc. melhore, dentro e fora do País.
    Abraço.

  4. Irene Mattos Felix disse:

    Miranda, estamos lutando para que as mudanças necessárias sejam aprovadas por um Congresso podre Podemos ter esperança que isto aconteça com a nossa atuação nas ruas Dia trinta e um de julho o mesmo povo que pediu o impeachment na Câmara pedirá a sua aprovação no Senado Que Deus nos proteja!

  5. Para mim não é surpresa se aparecer muito mais corruptos no governo de Temer pois tenho certeza da existência deles ainda em todos os lugares.

  6. Rodrigo Cortes disse:

    Como sempre artigo riquíssimo de história, atualidades, personagens, tudo e todos pinçados engenhosamente como o trabalho de um relojoeiro ao fazer uma máquina de escalonar o tempo nos conta cuidadosamente vários acontecimentos.

  7. Edna Barreto disse:

    O que me incomoda é preocupa é que tanto no caso de estupro como no racismo, como homofobia, problemas seríssimos, sendo trivializados e usados como veneno, corrompendo o povo com a noção de que todos têm direitos, sem nenhuma obrigatoriedade a deveres. Assim se existe qualquer cultura a ser denunciada é a da irresponsabilidade.

  8. welton reis disse:

    Escrever com elegância, estilo próprio e cultura transbordante é para poucos como você Miranda! E essa corja do narcolulopetismo dá motivos para milhares de artigos onde o dejavu é próprio dessa OCRIM que se estabeleceu em nosso país e trouxeram prejuízos incalculáveis. Tenho saudades das brincadeiras de criança onde pedíamos “de novo” para continuar as ações físicas e as gargalhadas de felicidade!

  9. Parabéns, Miranda. É isso mesmo, os petistas e bolivarianos não tem “um pingo de vergonha na cara”, como se dizia. É de tanto mentir , de tanto criar cortinas de fumaça. Não cola mais.

  10. Oseias disse:

    Texto bacana, porém gostaria que o senhor justificasse o comentário sobre o último baile da ilha fiscal, com os bons argumentos que o senhor demonstrou durante o texto.

  11. Parabéns, Miranda! Excelente artigo! Muito me alegra o fim dessa “EraMaligna” q assolou nosso País. O povo hoje, esta muito mais consciente. Consegue perceber o que realmente existe, por detrás de “Bandeiras_levantadas”. Ainda bem!

  12. deaC disse:

    Existe um movimento feminista que se preocupa com o que é relevante, infelizmente as ditas “feministas” do PT são pessoas seletivas, que só bocam a boca no trombone quando é do seu interesse, infelizmente não tem consciência social do que realmente representa e representou aquelas senhoras, lá na década de 60, ao queimaram os soutiens numa demonstração de liberdade. As mulheres do mundo todo ganharam muito com o movimento feminista, mas precisamos avançar ainda mais, não por coisa mínimas, por coisas pequenas e sim nos colocar lado a lado dos homens, como iguais, nunca como pessoas de segunda classe.