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O “Impostaço” dos lobbies, “consultorias” e afins

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Radicais de direita, ou desinformados, ou simplesmente preconceituosos, acusam o governo populista do PT de “nacionalista” e “socialista”, mas não há verdade nisso porque os pelegos no poder não são nem uma coisa nem outra.

O testemunho histórico está nos desmentidos vindos nas ações do próprio governo, onde o “nacionalismo” apenas consta dos discursos eleitorais demagógicos (como os da presidente Dilma) e o socialismo deles serve apenas para enriquecer os pelegos que convivem com o poder.

Tivemos o capítulo do serviço prestado por Lula da Silva aos llobies, “consultorias” e afins, que mudou o nome do álcool combustível para “etanol”, em favorecimento de grupos econômicos – inclusive da “indústria nacional” de carros, Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen – que criaram o motor “flex”.

Aconteceu logo após os bombásticos anúncios feitos pela Petrobras da auto-suficiência do petróleo. Hoje, desavergonhadamente, a Petrobras importa tanto o óleo como o etanol dos EUA e os motores bicombustíveis viraram peças de museu.

Sim, porque quem vai cair na conversa de “defesa do meio ambiente” para enriquecer os usineiros? Quem se dispõe a comprar automóveis “flex” com os preços de álcool superando os R$2?

Além disso, somos obrigados a denunciar as mentiras em torno de “entressafra” e “demanda de açúcar” que não são invenções da imprensa golpista (pelo contrário, muitos veículos da chamada “grande imprensa” faturam com este negócio).

Outro “surto nacionalista” foi o impostaço baixado sobre importados, encarecendo-os para proteger as montadoras que nada teem de nacionais. Fala-se na proteção de empregos, mas, na realidade, parece ajudar mais os “consultores socialistas” do PT-governo.

Nada indica que a alta dos impostos sobre os carros venha para garantir empregos no Brasil. As montadoras “nacionais” fabricam carros com uma contribuição irrisória de peças feitas aqui e as ameaças aos empregos projetam-se sobre os mais variados setores do mercado de trabalho.

Nossos trabalhadores vivem sob o domínio de empresas que enfrentam – bem ou mal – a crise financeira mundial. Quase toda a indústria nacional (indústria nacional mesmo),

está pressionada pelo câmbio, a competição estrangeira e o tal de “custo Brasil” – que sofre tantas reclamações. Além disso, a inflação média está alta.

É evidente que não atravessamos uma situação normal. Mas não será proteger com parcialidade um ou outro setor que vai minorar os problemas estruturais.

Na minha modesta opinião, quem está sofrendo mais dos que a Fiat, a Ford, a General Motors e a Volkswagen são os médios e pequenos empresários que se iludiram com a prometida economia de mercado e entraram no ramo da importação. Eles se endividaram e investiram num negócio que estava atraindo o consumidor brasileiro.

O empresário que acreditou em trazer os carros asiáticos, bons de tecnologia e de preço, empregou proporcionalmente tanta gente quanto às montadoras “nacionais”… Seus empregados foram atingidos pelo “nacionalismo” dos lobbies, consultorias e afins.

E muito mais prejudicados foram os consumidores brasileiros, que por uma questão de livre mercado daria preferência a um carro melhor e mais barato do que o que nos é impingido pelas montadoras “nacionais”.

Estas só tiveram a ganhar. Uma propina ali, uma ajuda eleitoral acolá e não dá nenhuma contrapartida pela vantagem conquistada; não se obrigam a contratar mais pessoal, oferecer tecnologia mais avançada ou agredir menos o meio ambiente.

Na verdade, o PT-governo populista, que nada tem de nacionalista nem socialista, deveria se preocupar mais em combater a corrupção avassaladora na administração pública ou, pelo menos parar com a gastança desenfreada que só dá emprego aos milhares de cargos em comissão dos seus partidários…

 

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