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Considerações sobre a Educação lulo-petista

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Quando o brilhantismo de George Orwell concebeu o extrato do totalitarismo no seu livro “1984”, baseado nas ditaduras fascistas e no stalinismo, veio a observação – por muitos despercebida – do uso partidário de uma terminologia própria que batizou de “novilíngua”.

Esta criação antidemocrática teve a justificativa de “socializar” a língua nacional, fundindo termos do idioma culto com a linguagem coloquial, adjetivando siglas de órgãos estatais e recorrendo dos derivativos verbais, numa simplificação vulgar e repulsiva para letrados liberais.

Para o Ministério da Verdade (Miniver, em novilíngua) centenas de funcionários do partido faziam o registro do que podia ser levado ao conhecimento público, principalmente as intermináveis guerras entre a Eurásia, Lestásia e Oceania, justificando as alternadas alianças do Estado Nacional.

O PT-governo e a pelegagem que o domina, ainda não teve a coragem de centralizar a administração pública. Apenas infiltrá-la, aparelhando alguns órgãos-chave com militantes fiéis à voz do dono.

Não se instalou ostensivamente no Brasil do lulo-peleguismo um “Miniver” para submeter a mídia, controlando a imprensa e disciplinando os jornalistas. Também não tiveram condições políticas para montar uma “Polícia do Pensamento” para reprimir opositores.

Em compensação, está instalou-se um poder com manifestações virtuais. A maioria dos ministérios – que são 40 – não cumpre as suas tarefas básicas, limitando as suas atividades a um esquema propagandístico cientificamente elaborado.

Os principais ministérios virtuais, Defesa, Educação, Meio Ambiente Saúde e Transportes, somam-se às secretarias a nível ministerial da Presidência, para embalar as massas e distrair a sociedade civil organizada.

Tomemos por exemplo o Ministério da Educação, cujo titular, Fernando Haddad tem o cinismo de dizer que vai se afastar dele para candidatar-se a prefeito de São Paulo. Como se o cargo fora dele; como se tal decisão fosse dele.

O Ministério da Educação não realiza seus programas essenciais nem cumpre as devidas rotinas burocráticas, como se viu nos descalabros do Enem e no descaso pelo dinheiro público, com contratos milionários de terceirização e a depreciação do material produzido inconsequentemente.

Além dessas constatações indesmentíveis, esse órgão é despreocupado e descuidado em estabelecer uma escola de qualidade para todos os níveis de ensino. No caso das crianças, deveria dotá-las conhecimentos, informações e esclarecimentos para uma boa formação, habilitando-as no estudo das ciências físicas e naturais, história, geografia, artes e esportes.

Em vez disso – como é feito nos países civilizados, ricos ou emergentes –  a atenção do senhor Haddad foge aos elementos fundamentais de uma boa conjuntura educacional. Volta-se para a censura extremista dos “ismos” e “fobias” constantes da pauta discriminatória das minorias partidárias do PT.

Não esquecemos a condenação estúpida, por “racismo”, da distribuição do livro “Caçadas de Pedrinho” do patriota, notável intelectual e escritor de livros infantis Monteiro Lobato, responsável pela formação de inúmeras gerações brasileiras. Dizer que Lobato é “racista” é imperdoável.

Depois – e numa sequencia estranha – veio uma nova prioridade, do ensino dos direitos humanos pela ótica do partido do governo federal, a prioridade às “variantes lingüísticas” (com aquela baboseira do ‘nóis pega os peixe’) e uma desusada e, de certo modo anormal, matéria sobre a homofobia e instruções para posturas sexuais discutíveis.

O Mineduc do senhor Haddad não é independente a ponto de fazer tudo o que foi dito sozinho. Tem o apoio do partido e do governo, ou do governo e do partido, conforme penda a influência do círculo do poder. Da Presidente, que por um capricho idiota quer ser chamada de PresidentA, adicionando à raiz verbal o sufixo “enta” contrariando o princípio ativo do verbo presidir, que é “ente”, independente de gênero.

Diante disso há pouco o que fazer, a não ser criticar e condenar as contradições políticas e as translações semânticas governo dos “sem” – sem honestidade, sem ideologia, sem seriedade e, fundamentalmente sem ideologia.

 

 

Uma resposta para Artigo

  1. Marilda Correia disse:

    Quando sonhávamos que haveríamos de presenciar a decadência do que, no passado desfrutamos em abundância. A seriedade do ensino, a despeito dos governos passados, era mantida e muito se fazia na Escola Pública que a escola privada não conseguia aprimorar. Hoje tudo e todas as sistemáticas pedagógicas estão contaminadas. Resultado EDUCAÇÃO INDECENTE instituída por um Governo que trombetou aos 4 cantos que estudar não faz a diferença. O BRASIL EMPOBRECEU NA
    MORAL, NA ÉTICA,