A Praça derruba o ditador
Mubarak renuncia e entrega poder a militares
Um mês após a fuga do presidente da Tunísia e no mesmo 11 de fevereiro em que, há 32 anos, uma revolução expulsou o xá do Irã, os egípcios conseguiram, ao fim de 18 dias de protestos ininterruptos, derrubar o ditador Hosni Mubarak, coronel que ocupava o poder há 30 anos. Sua resistência a renunciar, na véspera, redobrou a fúria da população, que ontem foi para as ruas em número ainda maior. Coube ao vice-presidente, Omar Suleiman, encerrar o impasse, anunciando que Mubarak entregara o poder a um conselho de militares. A multidão explodiu em comemorações pelo país, conquistando, assim, o primeiro objetivo de uma revolta que, sem líderes fortes, deixa no ar incertezas sobre a transição. O presidente dos EUA, Barack Obama, previu tempos difíceis para o Egito.
Revoltas assustam ditaduras
De Bagdá à Cidade de Gaza, as revoltas populares que derrubaram os ditadores do Egito e da Tunísia dão esperança a populações oprimidas sob regimes autoritários no mundo árabe. Mas também causam apreensão de que o ímpeto revolucionário desestabilize outros atores de peso na região. A pobreza extrema do Iêmen preocupa, assim como a insatisfação dos jovens da Argélia, onde o presidente Abdelaziz Bouteflika proibiu uma megamanifestação prevista para hoje.
Repercussão internacional
Segundo Ban Ki-moon, da ONU, “a voz dos egípcios foi ouvida”. Mubarak e a família foram para balneário no Sinai. A Suíça disse que vai bloquear os bens do ditador no país. As Bolsas subiram, e o preço do barril de petróleo recuou.
Obama: ‘É o começo’
O presidente dos EUA saudou o momento histórico, mas disse que a transição egípcia será dura e que o Exército deve assegurar a “credibilidade” do processo.
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