Menos exportação
Oriente Médio pressiona consumo de petróleo no mundo
Nos últimos tempos, a China vinha sendo culpada pelas altas no preço do petróleo. Agora, um novo problema surge justamente de onde poderia vir uma solução: os países do Oriente Médio estão aumentando demais o consumo e com isso reduzindo a quantidade de óleo exportado.
Uma matéria do Wall Street Journal publicada hoje mostra que os seis maiores exportadores da região (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Kuwait, Iraque e Catar) aumentaram o consumo doméstico no ano passado em 318 mil barris por dia. E a extimativa é que o consumo na região cresca 40% no próximo ano. Ao mesmo tempo, o embarque de barris destinados ao mercado externo recuou 862 mil barris diários.
– A demanda dos países do Oriente Médio é o principal fator a partir de agora – disse o analista da Lehman Brothers Adam Robinson.
A Arábia Saudita é o país que mais tem aumentado o consumo. Ele aproveita os altíssimos lucros obtidos pelos recordes do produto para fazer investimentos nas indústrias petroquímica, de alumínio e de fertilizantes. E esses setores precisam de muito petróleo e gás para funcionar.
Desde 2004, o consumo do país tem crescido a uma taxa de 24% ao ano e hoje já chega a 2,3 milhões de barris por dia. Nesse ritmo, a previsão é que o consumo seja o dobro em 2020. Isso significaria que nas exportações sauditas, que são responsáveis pelo fornecimento de 12% do total de 86 milhões de barris que são consumidos diariamente pelo mundo.
A reportagem também mostra que a despeito dos recordes do petróleo, que subiram 57% no ano passado, a quantidade de barris embarcados para exportação recuaram 2,5%. Além do consumo dos países do Oriente Médio, outra causa para isso são os baixos investimentos de grandes países produtores como México, Noruega e Rússia.
Fonte: Míriam Leitão
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