Sylvia Plath

[ 1 ] Comment
Compartilhar

PAPOULAS DE JULHO

 

Ó papoulinhas pequenas flamas do inferno,

Então não fazem mal?

 

Vocês vibram. É impossível tocá-las.

Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.

 

E me fatiga ficar a olhá-las

Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.

 

Uma boca sangrando.

Pequenas franjas sangrentas!

 

Há vapores que não posso tocar.

Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?

 

Se eu pudesse sangrar, ou dormir !

Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !

 

Ou que seus licores filtrem-se em mim, nessa cápsula de vidro,

Entorpecendo e apaziguando.

Mas sem cor. Sem cor alguma.

 

( tradução de Afonso Félix de Souza )

 

Uma resposta para Sylvia Plath

  1. Irene Mattos Felix disse:

    My lord,
    Achei triste Tenho as minhas também