OS QUE FICAM
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br
“Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão/Se gritar pega ladrão, não fica um…” Bezerra da Silva
Durante muitos anos fui um aficionado leitor de livros policiais que lia com voracidade, consumindo contos e romances de um sem número de autores. A literatura criminal, como nos filmes de faroeste com seus mocinhos e bandidos, condena o crime enaltecendo o investigador e condenando o criminoso.
Essa função ideológica das estórias policiais sempre me pareceu com as velhas fábulas educativas que deviam constar dos sistemas de educação infantil. Um ministro da Educação devia torná-las obrigatórias, fertilizando a imaginação das crianças com Esopo, Fedro, La Fontaine, Calderón de La Barca e o nosso Monteiro Lobato.
A herança literária do Ocidente, como quase tudo no nosso processo civilizatório, nos chegou através da Grécia e de Roma, importada do Oriente… Dizem que o conto tem origem na literatura oral transmitindo as lendas e os mitos folclóricos orientais e, enriquecidos pela imaginação popular da Europa e das Américas, chegaram à literatura escrita.
Então, de Boccaccio com seu Decamerão até hoje a humanidade fez uma viagem maravilhosa atraindo leitores para as narrações curtas como o pólen atrai as abelhas.
No conto policial, sobressaíram-se entre os grandes autores a escritora, romancista, contista, dramaturga e poetisa Agatha Christie e Conan Doyle médico e escritor escocês, ambos com milhões de livros vendidos no mundo inteiro.
Os fatos rocambolescos que dominam o cenário político brasileiro trouxeram-me à memória um episódio que se passou com Conan Doyle – não sei se verdadeiro ou não –, que ele por brincadeira escolheu 10 amigos para uma ‘pegadinha’:
Mandou-lhes um telegrama: “Foge imediatamente; descobriu-se tudo”. Eram pessoas conhecidamente honradas e coerentes, tanto na vida profissional como na pessoal, mas em menos de 24 horas todos haviam viajado para fora do país com pretextos vários…
Imagine-se o que ocorreria se destinássemos e-mails (hoje o telegrama está superado) aos políticos brasileiros! Para não perder tempo folheando o caderno de endereços do Congresso Nacional, das assembléias legislativas e câmaras municipais, poderíamos usar apenas a lista que o doutor Janot enviou ao STF com 28 nomes, ou o rol dos denunciados pelos doleiros e lobistas que fazem delação premiada na Lava Jato… Seria um corre-corre nunca visto!
A rota de fuga traçada por Delcídio Amaral para Nestor Cerveró ficaria congestionada, com mais de 50 políticos do PP, PMDB, PSDB, PT, PTB e Solidariedade; seriam 25 deputados, seis senadores e três governadores.
As duas figuras que se digladiam no momento, acusando-se mutuamente de barganhas, chantagens e mentiras, o presidente da Câmara Eduardo Cunha e a presidente da República Dilma Rousseff, não fugiriam: ele, pela frieza calculista; ela, por indigência neuronial.
Se fosse um embate entre Cunha e Lula empatava, sem dúvida; os dois se igualam na amoralidade. Cunha, porém, está sendo chamado nas redes sociais de “meu malvado favorito”, por que aceitou o pedido de impeachment contra Dilma, atendendo a um clamor nacional
Esta trinca de malfeitores são personagens de um romance policial contemporâneo e vão demonstrar que não pode haver crime perfeito, sem lugar para impunidade. A ordem social exige para Cunha e Lula, cadeia; para Dilma, impeachment.
Miranda, é o Juízo Final da Política Brasileira. Mande-se para o enxofre os maus e para casa os que se dizem “bons”, porque se o fossem realmente e são a maioria, fariam algo ou pelo menos se manifestariam para provocar mudanças. O omisso é o pior dos criminosos.
Não existe uma maneira certa de fazer a coisa errada. Nas estórias do Tio Patinhas os irmãos metralhas brigavam na hora de repartir o produto do roubo. Assim aconteceu ontem entre o Cunha e o Jaques. Kkkkkkkk
Como diz um amigo meu: “Arranjar uma borracha apagar tudo, começar do zero!”
Olá, Miranda!! Seus artigos são sempre um deleite para minhas leituras!
Este, particularmente, merece a galeria dos excelentes! Parabéns!!
Obrigada por contextualizar tão ricamente expondo em narrativa leal, o quadro real da malfadada política brasileira e seus protagonistas tupiniquins!
Paz e bem!!
Miranda, em meu ponto de vista não fica ninguém e não achar que o Impeachment vai resolver os problemas existentes em nosso país. Impeachement só vai prolongar os problemas no ver o que está acontecendo nomomento a nossa querida política está fugindo do Foco. Não sei mais talvez só com uma Intervenção Militar resolveria todos os nossos problemas mais o problema é que tem muita gente com o Rabo Preso aí fica muito difícil.
Porque a guerra antes mesmo de explodir acredito que cresce no interior das criaturas é o que estamos vivenciando.
Não seio quem são os piores fascinoras se os omissos ou os diretamente envolvidos. Nessa lama com 513 deputados e 81 senadores não houve registro de união contra o mal feito.
Caro Prof.Miranda Sá,
Estou seriamente inclinado a lançar uma coletânea de seus artigos,denominando-a de “Lucidez em Tempo de Guerra-Ler para Aprender”.
Confesso-lhe, e aos passantes,que, falei pessoalmente em encontro casual com o senhor Fernando Haddad em Brasília: – Você é jovem e está com todas as ferramentas necessárias para criar uma nação decente,de mente ampla,técnica e esclarecida,fazendo a verdadeira “revolução”(não gosto dessa palavra!) faznedo o Barsil dar um salto de qualidade como fizeram os “tigres asiáticos”,especialmente Coreia do Sul, Cingapura,Indinésia,Malásia e Vietnam. Mão de obra educada e técnica.Digo-lhe o que penso: Faça uma mistura de tudo quanto era feito entre os anos 1922 e 1975,bata bem e prepare uma massa nova que edificará este país,levantará o gigante adormecido. Edecação Moral e Cívica,OSPB, leitura, ditado, interpetação de texto, alunos reprovados, desenho geométrico,inglês, espanhol e mandarim,ensino teológico básico.Todas as matérias obrigatórias. Estimule cursos técnicos e faça s Escolas Técnicas Federais voltarem ao queram nos anos 1940. Teremos, então, uma Nação próspera, país é rico.
Ele era esse avatar humano e,por conseguinte, só fez as idiotices qu se sabe.
Quanto a leitura, citei esses autores que você relacionou.
É lamentável que setejamos nas mãos de maus elementos, pessoas que não são Raça Humana e sim avatares com espíritos de porcos.
Deus lhe dê saúde e vida longa e salve a nação.
Na verdade o apelido de “meu malvado favorito” era usado pelo staff da Dilma ao se referir ao Cunha, isso muito antes de ele se rebelar e anunciar que era oposição ao governo. Dilma nunca gostou do Cunha e parece que a recíproca era verdadeira.