Poesia

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Como quisesse livre ser

 

 

Como quisesse livre ser, deixando

As paragens natais, espaço em fora,

A ave, ao bafejo tépido da aurora,

Abriu as asas e partiu cantando.

 

Estranhos climas, longes céus, cortando

Nuvens e nuvens, percorreu: e, agora

Que morre o sol, suspende o vôo, e chora,

E chora, a vida antiga recordando …

 

E logo, o olhar volvendo compungido

Atrás, volta saudosa do carinho,

Do calor da primeira habitação…

 

Assim por largo tempo andei perdido:

— Ali! que alegria ver de novo o ninho,

Ver-te, e beijar-te a pequenina mão!

 

O Poeta

 

Poeta parnasiano, um dos mais populares do país. Suas edições de poesia até hoje são publicadas. Filho de médico, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e mais tarde foi estudar Direito em São Paulo, não concluindo nenhum dos dois cursos.

Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Dedicou-se ao jornalismo e à literatura. Foi atuante em participar da política como abolicionista e republicano. No governo Floriano Peixoto esteve preso na Fortaleza da Laje. Autor do serviço militar obrigatório como instrumento de alfabetização.

Suas obras compreendem diversas fases: lirismo de seus poemas, exaltado sensualismo e tom épico de algumas de suas obras como por exemplo “O Caçador de Esmeraldas”.

É de sua autoria a letra do Hino à Bandeira. Cultor elegante do soneto, deixou diversas poesias esparsas, tornando-se conhecido como Poeta das Estrelas.

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