Poesia

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O amor é o amor

 

O amor é o amor – e depois?!

Vamos ficar os dois

a imaginar, a imaginar?..

 

O meu peito contra o teu peito,

cortando o mar, cortando o ar.

Num leito

há todo o espaço para amar!

 

Na nossa carne estamos

sem destino, sem medo, sem pudor,

e trocamos – somos um? somos dois? –

espírito e calor!

O amor é o amor – e depois?!

 

Alexandre O’Neill

O Poeta

Poeta português, descendente de irlandeses e nascido em Lisboa. Autodidata, fez os estudos liceais, frequentou a Escola Náutica (Curso de Pilotagem), trabalhou na Previdência, no ramo dos seguros, nas bibliotecas itinerantes da Fundação Gulbenkian, e foi técnico de publicidade. Durante algum tempo, publicou uma crônica semanal no Diário de Lisboa.

Datam do ano de 1947 duas cartas de O’Neill que demonstram o seu interesse pelo surrealismo, dizendo numa delas (de Outubro) possuir já os Manifestos de Breton e a Histoire du Surrealisme de M. Nadeau. Nesse mesmo ano, O’Neill, Cesariny e Mário Domingues começam a fazer experiências a nível da linguagem, na linha do surrealismo, sobretudo com os seus Cadáveres Esquisitos e Diálogos Automáticos, que conduziam ao desmembramento do sentido lógico dos textos e à pluralidade de sentidos. Por volta de 1948, fundou com o poeta Cesariny, com José-Augusto França, António Pedro e Vespeira o Grupo Surrealista de Lisboa.

Com a saída de Cesariny, em Agosto de 1948, o grupo cindiu-se em dois, dando origem ao Grupo Surrealista Dissidente (que integrou, além do próprio Cesariny, personalidades como António Maria Lisboa e Pedro Oom).

 

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