Augusto Nunes escreve

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O juiz censor quer reprisar a afronta

O desembargador Dácio Vieira avisou que vai continuar cuidando do caso que resultou na censura ao Estadão. “Considero-me apto”, sentenciou. Mentira, sabem todos os brasileiros sensatos. O juiz deve o emprego no tribunal a José Sarney, a quem se subordina desde que passou a servi-lo como consultor jurídico do Senado. Não tem isenção sequer para apitar uma pelada no quintal da casa de Roseana em Brasília. Vai expulsar de campo quem achar o chefe fora de forma.

Até os meirinhos do Maranhão sabiam que Dácio Vieira decidiria em favor de Fernando Sarney. Depois daquela foto, também os loucos varridos, os índios isolados da Amazônia e os bebês de colo sabem que Dácio Vieira só não confirmará a decisão afrontosa se os demais desembargadores  resistirem a tentações corporativistas e entenderem que estão lá para fazer justiça, não para fazer amigos. O Legislativo e o Executivo já se movem como se não existisse pecado do lado de baixo do Equador.  Se o juiz mais que suspeito não ficar fora do caso, o país deduzirá que os fora-da-lei já estão dentro do Judiciário.

 

Augusto Nunes, jornalista, articulista da VEJA

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