Ministro da Saúde quer a descriminalização do aborto

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Contando com o apoio do grosso da população brasileira, em especial das mulheres, o ministro José Gomes Temporão, da Saúde, disse ontem que a descriminalização do aborto é um “problema de saúde pública”. De acordo com dados apresentados por ele, cerca de 220 mil mulheres fazem anualmente no Sistema Único de Saúde – SUS, curetagens em decorrência de abortos.

“Se considerarmos que o aborto é um crime, 780 mulheres teriam que ser presas por dia, sem contar com os seus médicos e, eventualmente, os companheiros”, informou Temporão, que não fez uma afirmação eloqüente da descriminalização do aborto, mas disse que em sua opinião o feto só passa a ter direito à proteção jurídica a partir da 12ª semana de gestação, quando começa a formação do sistema nervoso central. “Antes, portanto, não há consciência nem dor”, constata.

Este debate sobre o aborto precisa ser estimulado para que o País se dê conta da necessidade de separar um importante problema social de conjecturas filosóficas ou religiosas. Trata-se de um passo para o amadurecimento da sociedade, que deve tomar conhecimento e refletir sobre os assustadores números que o sistema médico apresenta, como por exemplo, que ocorreram 1,4 milhão de abortos clandestinos no Brasil, um para cada três crianças nascidas vivas.

4 respostas para Ministro da Saúde quer a descriminalização do aborto

  1. Anonymous disse:

    Considero a discussão do aborto bastante pertinente, embora prefira que o Governo primeiro resolva os problemas mais urgentes do país….

  2. Gustavo Svensson disse:

    Concordo plenamente. Anota-se, igualmente, a corajosa iniciativa do atual Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, juntamente com o deputado Federal Gabeira, ao enfrentarem o problema das drogas, ao atestarem a completa incapacidade do Estado em lidar com esse gravíssimo caso de saúde pública.

    E para isso, sugere a legalização sim das drogas. E para isso a inevitável discussão social inerente ao assunto, sem demagogias e hipocrisias que tanto assolam o nosso cenário social, sobretudo político, nacional.

    Nesse diapasão, o músico Lobão cita a década de 30 nos EUA, em que imperou a Lei Seca; época em que se teve um dos maiores consumos de bebida alcoólica nos EUA até então registrado.

  3. Lourival Santana disse:

    Miranda,

    Tudo acontece, mas Lula continua sendo aprovado por mais de 60% da população brasileira.

    É um país de faz de conta, né?

  4. Henrique Neto disse:

    Miranda,

    Apesar de sempre ter aqueles chatinhos de plantão alegando que esso não é um assunto prioritário, o aborto deve sim ser discutido de forma adulta e sem afetações religiosas/ideológicas.