Palavras, palavras, nada mais do que palavras
Governando mais com palavras jogadas ao vento do que com ação administrativa, Lula da Silva vai entrar para o Livro dos Recordes como o Presidente que mais discursou em público neste País; foram 1204 discursos nos quatro anos do primeiro mandato e mais de 160 nos primeiros meses do segundo mandato. Um metalúrgico que trabalha mais com um microfone na mão do que com o torno mecânico.
O engraçado é que nem ele nem seus assessores diretos se tocam. Veja-se que no pisca-pisca dos apagões aéreos que já duram nove meses, ele fez sete pronunciamentos oficiais estabelecendo prazos e datas para o fim do problema; e afirmou três vezes que o PT-governo havia encontrado uma solução para a crise. Garantiu aos controladores de vôo que ”o governo não vai punir ninguém”, mas no dia 22 deste mandou punir os líderes da categoria.
Trocando as ações de governo pelo blá-blá-blá assembleísta tão a gosto da pelegagem, Lula da Silva, disse outro dia que “somos uma metamorfose ambulante, mudando sempre, para melhorar sempre. O que posso garantir é que continuo, hoje, o mesmo Lula de 2003”. Esta contradição dialética foi inspirada, talvez, pelo sealoprado filósofo Mangabeira Unger, que deve estar estudando como fazer no futuro as reformas “inadiáveis” que o Pelegão prometeu na última campanha eleitoral.
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