Governo tenta acordo com oposição para votar prorrogação da DRU amanhã
Líderes do governo e da oposição abriram caminho nesta terça-feira para que a votação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) ocorra amanhã, em segundo turno, no plenário do Senado. Inicialmente, a votação estava prevista para quinta-feira (20).
A oposição promete garantir a votação da DRU antes do recesso parlamentar do Congresso se o governo se comprometer de que não haverá o lançamento de um pacote econômico para compensar as perdas provocadas pelo fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
“Não votamos a DRU se o governo fizer chantagem, ameaçando que fará pacotes tributários. Se isso acontecer, a DRU não será votada. Mas eu acho que, pela disposição do governo, os entendimentos chegarão a um bom termo”, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
Além do compromisso do governo de não lançar um pacote fiscal, a oposição também cobra a promessa de que não haverá punições para os senadores governistas que votaram contra a manutenção do “imposto do cheque” –além da disposição do governo em não reeditar a CPMF.
“O governo deve continuar sabendo que não é Deus, que esse episódio da DRU não é o último. Tem que calçar as sandálias da humildade. Temos a determinação de enfrentar esses pacotes econômicos. Queremos respeito nas negociações”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
Após reunião de líderes com o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o tucano disse que a oposição vai se cercar de garantias para viabilizar a votação da DRU.
Se não receberem o sinal verde do governo, DEM e PSDB estão dispostos a adiar para 2008 a votação da matéria –considerada essencial para o governo após o fim da CPMF, pois autoriza que o Planalto gaste livremente 20% das receitas vinculadas, aquelas com destinação obrigatória.
“Se eu perder essa última crença no governo, aí não tem mais jeito. Tudo se acaba”, resumiu Virgílio.
Fonte: Folha Online
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